O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, rebateu as acusações feitas por Kofi Annan, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de que a invasão do Iraque havia sido ilegal e disse que esse tipo de declaração "não era um comentário muito útil para se fazer neste momento".
- O que se ganha com isso? Deveríamos estar nos unindo em torno da idéia de ajudar os iraquianos. Não deveríamos nos envolver com questões paralelas - disse Powell em uma entrevista publicada pelo jornal The Washington Times nesta sexta-feira.
O secretário de Estado acrescentou estar certo de que teria oportunidade de conversar com Annan sobre as declarações dadas pelo secretário-geral da ONU à rede BBC, na quarta-feira.
Questionado sobre se a guerra contra o Iraque, liderada pelos EUA, havia infringido as leis internacionais, Annan respondeu:
- Sim, se vocês quiserem colocar dessa forma. Já afirmei que, do nosso ponto de vista, ela não esteve em conformidade com a Carta da ONU -
Powell, no entanto, rebateu:
- O que fizemos foi totalmente consistente com as leis internacionais -
Autoridades da Grã-Bretanha, da Austrália e da Polônia também insistiram que a ação militar no Iraque havia sido legal.
Na entrevista concedida ao Washington Times, Powell reconheceu o preocupante clima de insegurança instalado no Iraque após meses de violência. Nos últimos dois dias apenas, quase 200 iraquianos foram mortos em explosões, conflitos armados e outros ataques.
O secretário de Estado disse que, segundo alguns diplomatas e militares norte-americanos, as eleições marcadas para janeiro não poderiam acontecer em certas áreas do Iraque se a situação não melhorasse. Powell, porém, prevê avanços para breve.
- Não esperamos que a situação da segurança hoje, no dia 16 de setembro, seja a situação da segurança" no dia da eleição - acrescentou o secretário de Estado.