Polícia de Mianmar acusa Suu Kyi de posse ilegal de equipamentos de rádio

Arquivado em:
Publicado Quarta, 03 de Fevereiro de 2021 às 11:21, por: CdB

 

A polícia de Mianmar acusou a líder deposta do país, Aung San Suu Kyi, de possuir vários walkie-talkies importados ilegalmente, por isso ela ficará detida até 15 de fevereiro, informaram integrantes de seu partido nesta quarta-feira.

Por Redação, com Sputnik - de Naypyidaw
A polícia de Mianmar acusou a líder deposta do país, Aung San Suu Kyi, de possuir vários walkie-talkies importados ilegalmente, por isso ela ficará detida até 15 de fevereiro, informaram integrantes de seu partido nesta quarta-feira.
suukyi.jpg
A polícia de Mianmar acusou a líder deposta do país, Aung San Suu Kyi, de possuir vários walkie-talkies importados ilegalmente
Suu Kyi foi presa na segunda-feira junto com outros políticos do primeiro escalão do governo civil quando o Exército deu um golpe no dia em que o novo parlamento seria inaugurado. De acordo com funcionários do partido de Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), ela está em prisão domiciliar. As acusações contra Suu Kyi podem resultar em uma pena máxima de dois anos de prisão. O texto da acusação afirma que os walkie-talkies, que não foram registrados, eram para uso dos seguranças da agora ex-conselheira de Estado. O porta-voz da LND, Kyi Toe, confirmou a alegação em sua página no Facebook e acrescentou que o ex-presidente Win Myint foi acusado de violar a lei de gestão de desastres naturais. Phyo Zayar Thaw, legislador do partido, também confirmou as acusações, segundo a agência de notícias Associated Press. Além da prisão e deposição dos principais líderes do governo civil, os militares de Mianmar decretaram o estado de emergência por um ano. Com isso, o general Min Aung Hlaing exercerá a presidência interina do país durante esse período. De acordo com o novo governo interino, assim que acabar o estado de emergência, o país realizará eleições para determinar quem vai assumir o governo.

Denúncias de fraude nas eleições de novembro

O governo militar interino assinalou que planeja investigar as denúncias de supostas fraudes generalizadas nas eleições realizadas em novembro do ano passado, conforme anunciou terça-feira o general Aung Hlaing em sua primeira reunião de governo, citado pelo jornal estatal Global New Light of Myanmar. Segundo o Exército do país, uma das razões para derrubar o governo civil liderado por Suu Kyi foi que este não investigou adequadamente as suas alegações de supostas irregularidades no pleito. Por sua vez, a Comissão Eleitoral afirmou, antes do levante militar, que não ocorreram problemas significativos na votação. Nas eleições de novembro de 2020, o partido de Suu Kyi ganhou 396 dos 476 assentos em disputa em ambas as casas do parlamento, enquanto o principal partido de oposição, que é vinculado aos militares, obteve apenas 33 representantes. O Exército, no entanto, tem direito a 25% de todos os assentos nas duas câmaras com base na Constituição de 2008, que entrou em vigor sob o governo militar anterior. Segundo o jornal estatal Global New Light of Myanmar, o general Aung Hlaing disse ao governo que uma nova comissão eleitoral, composta por funcionários que ele descreveu como independentes e imparciais, "avaliará os dados da votação para encontrar os resultados corretos, e as ações apropriadas serão tomadas no processo''. Além disso, as listas de eleitores serão examinadas para detectar os registros de famílias inteiras, acrescentou o militar. De acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira em nome dos membros da liderança do partido de Suu Kyi, as autoridades de Mianmar começaram a fazer buscas nos escritórios da LND em Mandalay e em outros estados e regiões na terça, confiscando diversos documentos e computadores.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo