Segundo Prates, a petroleira fará parcerias com outras empresas em projetos já consolidados e que não enfrentam dúvidas sobre o sucesso do negócio.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Presidente da Petrobras, o economista Jean Paul Prates sinalizou, nesta terça-feira, que a estatal brasileira do petróleo planeja avançar este ano na transição energética com a aquisição de participações em ativos de energia renovável. Em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters, Prates acrescentou que a petroleira espera formar inicialmente um portfólio de cerca de 2 GW (gigawatts) de ativos de geração eólica e solar em terra no Brasil.
Segundo Prates, a petroleira fará parcerias com outras empresas em projetos já consolidados e que não enfrentam dúvidas sobre o sucesso do negócio.
— Tem muito projeto bom aí de portugueses, espanhois, franceses e brasileiros, tudo onshore (em terra) e já rodando. Esses 2 gigawatts devem ser de solar e eólica em terra. Este ano vamos mostrar que nossa reta é firme e que estamos olhando para o futuro e sabemos o que queremos, vamos começar a por de pé o portfólio de renováveis. Ele vai mostrar que tem qualidade e é consolidado, além de firme. Não é coisa besta, nem pequenininha — disse o executivo.
Transição
O foco em projetos renováveis no Brasil atende anseios do governo federal em relação à companhia, cuja gestão que tomou posse após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca aliar geração de empregos locais com um protagonismo no processo para a transição energética brasileira.
Prates frisou acreditar que os papeis da empresa deverão se valorizar diante do movimento.
— (Creio que) o mercado vai ver que a transição será feita de forma firme e responsável e vai reconhecer isso — afirmou.
Mar Vermelho
O executivo destacou, ainda, que a empresa aguarda com expectativa a aprovação de um marco regulatório para uma indústria eólica offshore (marítima) no Brasil, que atualmente aguarda apreciação do Senado.
— Quando sair (o marco regulatório), vamos reinar praticamente sozinhos nesse mercado. Essa é nossa grande aposta e vamos aí fazer a diferença — resumiu o CEO.
Prates disse ainda que vem acompanhando com preocupação a tensão no Mar Vermelho, onde o grupo houthi, do Iêmen, apoiado pelo Irã, tem feito ataques a navios de cargas, incluindo de petróleo e gás. Algumas petroleiras tem evitado usar essa rota e buscado caminhos alternativos.