Pesquisa aponta influência climática extrema sobre a saúde humana

Arquivado em:
Publicado Quinta, 02 de Novembro de 2023 às 14:10, por: CdB

De acordo com a pesquisa, Manaus lidera a lista das cidades brasileiras mais quentes. A previsão é de ultrapassar o limite de 32°C por 258 dias no ano. Após a capital amazonense vem Belém (222 dias), Porto Velho (218 dias), Rio Branco (212 dias) e Boa Vista (190 dias). 


Por Redação, com agências internacionais - de Washington - DC/EUA

Estudo científico divulgado nesta quinta-feira, nos EUA, investigou as cidades brasileiras que serão mais afetadas pelas mudanças climáticas até o ano de 2050. A pesquisa conjunta da ONG Carbon Plan e do diário norte-americano The Washington Post (WP) trouxe informações sobre o impacto do calor extremo no Brasil e em todo o mundo, ao mesmo tempo em que revela dados significativos sobre a exposição à temperatura como fator prejudicial à saúde humana.

calorindia.jpeg
Alerta de calor em Uttar Pradesh confirma dados da pesquisa sobre as áreas mais atingidas pelas altas temperaturas


De acordo com a pesquisa, Manaus lidera a lista das cidades brasileiras mais quentes. A previsão é de ultrapassar o limite de 32°C por 258 dias no ano. Após a capital amazonense vem Belém (222 dias), Porto Velho (218 dias), Rio Branco (212 dias) e Boa Vista (190 dias). Esses números alertam para o risco que o calor extremo representa para a população dessas regiões.

Calor extremo


A pesquisa também enfatiza que, em cerca de 30 anos, aproximadamente 5 bilhões de pessoas em todo o mundo estarão expostas a, pelo menos, um mês de calor prejudicial à saúde. O estudo utiliza uma escala que combina temperatura, umidade, luminosidade solar e vento. Então, determina que 32°C é a condição limite para a saúde do indivíduo. Mesmo para adultos saudáveis, a exposição a essas temperaturas por mais de 15 minutos pode ser nociva. Como consequência, pode levar a um aumento nas mortes relacionadas ao calor.

Enquanto as mudanças climáticas frequentemente estão associadas a desastres visuais como queimadas e enchentes, os perigos do calor extremo são mais silenciosos e insidiosos. Pessoas podem morrer nas ruas ou desenvolver doenças cardíacas e mentais como resultado dessa exposição prolongada a altas temperaturas.

Segundo a pesquisa, não se trata apenas da temperatura absoluta. Mas também, do aumento repentino das temperaturas. Então, isso compromete a capacidade das pessoas de lidar com a situação, mesmo em locais que já são naturalmente quentes. Isso representa uma ameaça significativa, especialmente para regiões que já vivem no limiar de temperaturas perigosas antes da intensificação dos eventos climáticos.

Exposição


A pesquisa também aponta que essa epidemia de calor não afetará o mundo de maneira uniforme. Cerca de 80% da população afetada estarão nos países mais pobres. Enquanto isso, apenas 2% estarão nas nações mais ricas.

Regiões como o Sul da Ásia e a África Subsaariana serão particularmente afetadas devido à sua localização. Além disso, pesam questões socioeconômicas que dificultam a adaptação às mudanças climáticas. A falta de um sistema de saúde de qualidade e a escassez de recursos como ar condicionado agravam ainda mais essa realidade.

A pesquisa destaca algumas soluções potenciais para mitigar os impactos do calor extremo. Entre elas, está a necessidade de mudanças na legislação dos países para garantir melhores condições de trabalho ao ar livre, como a garantia de pausas durante o serviço ou até mesmo a proibição do trabalho em condições extremas de calor.

Além disso, o uso de coletes acoplados a ventiladores e o uso de roupas brancas demonstraram reduzir o estresse térmico em trabalhadores expostos ao calor. Diante de dados alarmantes, a pesquisa reforça a urgência de ações efetivas para combater as mudanças climáticas e proteger a população, especialmente aquelas mais vulneráveis aos efeitos do calor extremo.

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo