Perto do fim, CPI da Covid retoma depoimentos

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Publicado Domingo, 12 de Setembro de 2021 às 08:50, por: CdB

Amigo do líder do governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), Tolentino era esperado no início do mês mas, alegando “mal-estar”, internou-se na véspera e enviou um atestado médico à comissão para justificar sua falta.

Por Redação - de Brasília
A agenda da CPI da Covid, que retoma as audiências após um breve período de recesso, já se aproximando do fim dos trabalhos, prevê para esta terça-feira o depoimento do advogado e empresário Marcos Tolentino, várias vezes adiado. Segundo a CPI, ele é sócio oculto do FIB Bank, empresa que aparece como avalista do contrato da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde na negociação da vacina indiana Covaxin.
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Integrantes da CPI da Covid se preparavam para ouvir mais um envolvido no escândalo das vacinas indianas
Amigo do líder do governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), Tolentino era esperado no início do mês mas, alegando “mal-estar”, internou-se na véspera e enviou um atestado médico à comissão para justificar sua falta. Na quarta-feira, a comissão realiza a oitiva de Marconny Albernaz de Faria, suposto lobista da Precisa. Como Tolentino, o depoimento de Faria, na mesma semana, também não compareceu. “Coincidentemente”, também enviou um atestado médico – com validade de 20 dias – no qual alega “dor pélvica”. Os atestados, ambos emitidos pelo Hospital Sírio-Libanês, foram para a CPI no mesmo dia. Indignado, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), telefonou para a diretoria da instituição e afirmou que o Sírio-Libanês não podia “acobertar criminosos e emitir atestados falsos”. Em seguida, o atestado de Marconny foi cancelado pelo próprio médico que o concedeu. Na sexta-feira, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu um aditivo do contrato da VTCLog e o Ministério da Saúde para transporte de insumos relacionados à pandemia. A empresa presta serviços de logística de vacinas e medicamentos para o governo federal e é investigada na CPI.

Carta anônima

A decisão do ministro Benjamin Zymler foi em resposta a um pedido dos senadores do Cidadania Eliziane Gama (MA) e Alessandro Vieira (SE). Segundo os parlamentares, a VTCLog fez mudanças no contrato que poderiam resultar em fraude. Em agosto, a CPI apontou possíveis – e estreitos – vínculos entre a VTCLog e Ricardo Barros. As negociações com a empresa para prestação de serviços ao ministério foram iniciadas na gestão do atual líder do governo Bolsonaro quando foi ministro da Saúde do governo de Michel Temer.   Uma carta anônima enviada por funcionários da empresa à CPI da Covid na terça-feira revela suposta influência sobre o governo Bolsonaro de diretores da VTCLog e da aérea Voetur. Os trabalhadores denunciam que três das dez companhias do grupo ao qual pertencem ambas as empresas não têm empregados e que uma das gestoras “possui em sua agenda reuniões com a base do governo” e pagamentos vultuosos por parte dos ministérios envolvidos.
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