Paraguai quer investir pesado em gasoduto da Argentina para o Brasil

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Publicado Terça, 07 de Maio de 2024 às 17:59, por: CdB

O plano que está sendo elaborado pelo Paraguai, relatado em detalhes pela primeira vez, visa competir com uma oferta rival boliviana para reaproveitar os gasodutos existentes para transportar gás argentino para o Brasil. Se qualquer um dos projetos for concretizado, marcaria uma grande mudança potencial nos fluxos energéticos regionais.


Por Redação, com Reuters - de São Paulo

O Paraguai avançava nas negociações com empresas de energia e altos funcionários do governo da Argentina e do Brasil sobre um gasoduto potencial de US$ 1,5 bilhão (R$ 7,59 bilhões) para conectar os três países, disseram à agência inglesa de notícias Reuters altos funcionários do governo do Paraguai e do Brasil.

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A Usina de Vaca Muerta, no sul da Argentina, produz gás de xisto


O plano que está sendo elaborado pelo Paraguai, relatado em detalhes pela primeira vez, visa competir com uma oferta rival boliviana para reaproveitar os gasodutos existentes para transportar gás argentino para o Brasil. Se qualquer um dos projetos for concretizado, marcaria uma grande mudança potencial nos fluxos energéticos regionais.

— Queremos assinar um memorando de entendimento em nível presidencial (para o gasoduto) em junho. Há um apoio geral ao projeto — disse à Reuters Mauricio Bejarano, vice-ministro de Minas e Energia do Paraguai.

 

Gás de xisto


À medida que o declínio da produção de gás na Bolívia força o Brasil a procurar outros fornecedores, a opção potencial de gás proveniente da próspera região de gás de xisto de Vaca Muerta, na Argentina, através do Chaco paraguaio, está ganhando força, disse Rodrigo Maluff, vice-ministro de Investimentos do Paraguai.

Maluff diz que isso envolveria um investimento estimado de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,07 bilhões) a US$ 1,5 bilhão (R$ 7,59 bilhões), em parte do setor privado.

Governos e empresas da Argentina e Brasil também têm conversado com a Bolívia desde o ano passado sobre o que consideram ser a opção mais rápida e barata para transportar gás de Vaca Muerta ao norte da região, o que envolveria a reversão do fluxo da rede de gasodutos da Bolívia.

 

Negociações


Nos últimos meses, autoridades paraguaias cortejaram investidores em São Paulo, reuniram-se com Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia do Brasil, em Assunção, e autoridades da Argentina. A Tecpetrol, que controla cerca de 15% da produção de gás de xisto da Argentina, fez parte dessas últimas negociações, assim como a Pluspetrol, com sede em Buenos Aires, disse Maluff.

As empresas não responderam a um pedido de comentário. Os paraguaios afirmaram que a capacidade diária inicial do gasoduto está projetada em 15 milhões de metros cúbicos na primeira etapa.

 

Viabilidade


O ministro brasileiro de Minas e Energia viajou para Assunção em abril e disse à agência de notícias Reuters que estava ciente da intenção do Paraguai e expressou apoio, mas disse que mais estudos eram necessários.

— Nós ficamos de marcar uma reunião com o setor privado, para que o setor estude melhor... esta viabilidade — resumiu Silveira.

Os planos compartilhados com a Reuters mostram que o novo gasoduto percorreria 110 quilômetros de Campos Duran, no norte da Argentina, até a fronteira com o Paraguai, atravessando outros 530 quilômetros de terras áridas e planas no Chaco paraguaio para chegar ao Brasil.

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