Protestos de organizações sociais contra o Governo Franco, reivindicações sindicais e camponesas, marcaram o cotidiano dos paraguaios durante a semana. Uma verdadeira onda de manifestações nas ruas de Assunção, mas também em estradas do interior do país, são uma expressão do crescente descontentamento que teve como pano de fundo a falta de recursos que o Executivo alega para não cumprir com os compromissos contraídos.
O isolamento internacional do governo que teve forte efeito na queda do comércio exterior paraguaio e na diminuição de suas arrecadações fiscais também golpeou as possibilidades de se cumprir, exitosamente, as atribuições orçamentais.
Perante tal situação, o Ministério de Fazenda aplicou a política de retenção de pagamento de forma generalizada e essa inadimplência detonou o descontentamento diversos setores, entre eles os da educação e saúde, trabalhadores municipais, assistência social e judiciais.
Beneficiários de programas sociais criados durante o Governo do presidente Fernando Lugo protagonizaram manifestações pelo atraso de até cinco meses no pagamento de suas bolsas.
A semana não foi menos conturbada no já histórico problema da propriedade da terra e, mais uma mais, camponeses assentados e lavradores sem terra protestaram diante da apatia governamental diante do poder dos latifundiários e grandes agroexportadores.
Uma demonstração de desespero foi feita pelas famílias camponesas de Ñacunday, departamento do Alto Paraná, que, no final da semana, se acorrentaram em frente ao Congresso, após 25 dias acampados no local reivindicando uma demarcação de terras não realizada.
As previsões para a próxima semana não pareceram ser mais alentadoras, sempre de acordo com as propostas públicas fatos pelas organizações de trabalhadores e camponeses.
Fonte: Prensa Latina
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