Papa recomenda ‘coragem’ à Ucrânia, para reconhecer a derrota

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Publicado Sábado, 09 de Março de 2024 às 16:46, por: CdB

O pontífice da Igreja Católica apoiou a negociação pela paz em uma entrevista por vídeo à emissora de televisão e rádio suíça RSI, que ainda será transmitida em 20 de março.


Por Redação, com Sputniknews - de Roma

O Papa Francisco recomendou, neste sábado, que o lado perdedor deve encontrar coragem para reconhecer essa situação e concordar em iniciar negociações para alcançar a paz. A declaração acontece em meio às derrotas das Forças Armadas ucranianas na operação especial, com denúncias inclusive de recrutamentos de mulheres grávidas para tropas nas linhas de combate.

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O papa Francisco fez uma declaração forte sobre os destinos do conflito em marcha, na Ucrânia


O pontífice da Igreja Católica apoiou a negociação pela paz em uma entrevista por vídeo à emissora de televisão e rádio suíça RSI, que ainda será transmitida em 20 de março.

— É uma interpretação. Mas eu acredito que é mais forte aquele que vê a situação, aquele que pensa nas pessoas, aquele que tem coragem de levantar a bandeira branca e negociar — disse o Papa Francisco.

 

Conflito


Francisco respondeu a um questionamento sobre uma possível rendição que, segundo o jornalista, "é discutida na Ucrânia".

— Hoje é possível negociar com a ajuda de estados internacionais. A palavra negociações é corajosa. Quando você percebe que está sofrendo uma derrota, que as coisas não estão indo bem, é necessário ter coragem de negociar. Você pode sentir vergonha, mas quantas mortes isso vai causar? Negociar a tempo, buscar um país que atue como mediador — acrescentou o pontífice.

O papa lembrou, ainda, que há muitos agentes internacionais interessados em atuar como mediadores no conflito na Ucrânia, incluindo a Turquia.

— Não tenha vergonha de negociar antes que a situação piore — recomendou.

 

Segurança


O papa também alegou ter disposição para contribuir com o processo e enfatizou que "as negociações nunca são uma capitulação".

— Coragem é não levar o país ao suicídio — acrescentou, ao refletir sobre o sofrimento dos ucranianos.

Moscou já repetiu por diversas vezes a disposição do país para negociar, mas Kiev proibiu as conversas até a nível legislativo. De acordo com o governo russo, a situação na Ucrânia pode ser resolvida pacificamente caso as novas realidades sejam levadas em consideração, com todas as demandas de Moscou já bem conhecidas.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou posteriormente que se a Ucrânia deseja um processo de negociação, gestos teatrais não são necessários e, para isso, é preciso revogar o decreto que proíbe negociações entre os dois países. Segundo Putin, a Rússia nunca se opôs a resolver o conflito pacificamente, desde que as garantias de segurança da Rússia sejam respeitadas.

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