Rio de Janeiro, 04 de Outubro de 2024

Papa Francisco lamenta excesso de mortes no ambiente de trabalho

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Segunda, 19 de Dezembro de 2022 às 08:45, por: CdB

Francisco ainda alertou que nos últimos anos cresceu cada vez mais os "trabalhadores pobres", ou seja, "as pessoas que mesmo tendo um trabalho, não conseguem manter suas famílias e dar esperança de futuro".

Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano

O papa Francisco lamentou nesta segunda-feira o excesso de mortes no ambiente de trabalho em todo o mundo e voltou a condenar a exploração dos mais pobres durante uma audiência com representantes de um dos maiores sindicatos da Itália, a Confederação-Geral Italiana do Trabalho (CGIL).

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Papa Francisco se reuniu com representantes da CGIL em audiência no Vaticano

– Há ainda muitos mortos, mutilados e feridos nos locais de trabalho. Cada morte no trabalho é uma derrota para toda a sociedade. Mais do que contar os números no fim de cada ano, devemos lembrar seus nomes porque eles são pessoas, não números – afirmou aos presentes.

Segundo o líder católico, não é possível colocar no mesmo nível "o lucro e as pessoas" porque a "idolatria ao dinheiro tende a atropelar tudo e não protege as diferenças".

– É preciso formar-se para ter no coração a vida dos funcionários e para educar-se para levar a sério as normas de segurança. Só uma sábia aliança pode prevenir os incidentes, que são tragédias para as famílias e as comunidades – pontuou.

Exploração das pessoas

Em outro ponto do seu discurso à CGIL, o pontífice ressaltou que uma de suas maiores preocupações é a "exploração das pessoas como se elas fossem máquinas de performance".

– Há formas violentas, como a contratação ilegal e a escravidão dos trabalhadores na agricultura ou na construção civil e em outros locais de trabalho. Há a obrigação para turnos massacrantes, o jogo baixo nos contratos, o desprezo da maternidade, o conflito entre trabalho e família. Quantas contradições e quantas guerras entre pobres ocorrem por causa do trabalho – ressaltou.

Francisco ainda alertou que nos últimos anos cresceu cada vez mais os "trabalhadores pobres", ou seja, "as pessoas que mesmo tendo um trabalho, não conseguem manter suas famílias e dar esperança de futuro".

Citando o que chama de "cultura do descarte", um dos temas mais recorrentes desde o início de seu Pontificado em 2013, o líder católico chamou a prática de "praga que invadiu também o mundo do trabalho".

– Você encontra isso, por exemplo, nos locais onde a dignidade humana é atropelada pelas discriminações de gênero - por que uma mulher deve ganhar menos que um homem?, na precarização dos jovens, por que é preciso atrasar as escolhas de vida por causa de uma precariedade crônica?, ou ainda na cultura da redundância - por que os trabalhos mais extenuantes são tão pouco protegidos? –  questionou.

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