Pandemia de covid-19 não deve acabar neste ano, alerta OMS

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Publicado Terça, 02 de Março de 2021 às 07:35, por: CdB

"Seria irrealista acreditar que acabaremos com o coronavírus até o final deste ano", diz especialista da Organização Mundial da Saúde. Apesar de avanços na vacinação, vírus ainda está "no controle", aponta.

Por Redação, com DW - de Bruxelas Apesar dos avanços na vacinação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na segunda-feira que é irrealista pensar que a pandemia de covid-19 terminará até o fim deste ano.
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Enterro de vitima do coronavírus no Rio de Janeiro
O diretor de emergências sanitárias da agência, Michael Ryan, avalia que a imunização de grupos de risco ajudará a diminuir a pressão sobre hospitais, mas que o coronavírus ainda está "no controle". – Seria prematuro e irrealista acreditar que acabaremos com o vírus até o final deste ano, mas acho que podemos acabar com as internações e mortes, acabar com a tragédia associada à pandemia – declarou Ryan em entrevista coletiva. "O principal objetivo agora é manter a transmissão do vírus tão baixa quanto possível", acrescentou. O diretor destacou o aumento global do número de novos casos registrado na semana passada, após seis semanas consecutivas de queda, e disse que a situação mostra que o coronavírus ainda está no controle da pandemia. – Se as vacinas começarem a ter impacto, não apenas nas mortes e nas internações, mas também na dinâmica de transmissão, então acho que vamos acelerar o controle da pandemia – avaliou Ryan, apontando que ainda há um "forte desafio" a ser enfrentado.

Aumento de infecções no mundo

A OMS registrou na semana passada um aumento no números de casos de covid-19 na Europa, nas Américas, no Sudeste Asiático e no Mediterrâneo Oriental. Segundo o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, esse desenvolvimento é "decepcionante, mas não surpreende". – Parte disso se deve ao relaxamento de medidas de saúde pública, à circulação contínua de variantes e a pessoas baixando a guarda – afirmou Ghebreyesus. "As vacinas ajudarão a salvar vidas, mas se os países confiarem apenas nos imunizantes, estão cometendo um erro. Medidas de saúde pública básicas continuam sendo a base da resposta." A líder técnica para covid-19 da OMS, Maria van Kerkhove, ressaltou também que o aumento de casos registrado na semana passada indica que o vírus pode recuperar forças se sua transmissão não for evitada. Ghebreyesus lembrou ainda o objetivo da OMS de começar a vacinação em todos os países do mundo nos primeiros 100 dias do ano, o que significa que restam 40 dias par alcançar a meta. Ele disse também que até ao fim de maio serão entregues 237 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 a 142 países por meio do Covax, um programa apoiado pelas Nações Unidas para a compra e distribuição de imunizantes ao redor do mundo, visando um acesso mais igualitário e priorizando países pobres.

Críticas à corrida das vacinas

Na segunda, Gana e Costa do Marfim foram os primeiros países do mundo a começar a vacinar os profissionais de saúde com doses fornecidas através do Covax. – É encorajador ver trabalhadores da saúde dos países mais pobres começarem a ser vacinados, mas é lamentável que isto aconteça quase três meses depois de alguns dos países mais ricos terem iniciado as suas campanhas de vacinação – afirmou Ghebreyesus. O diretor-geral criticou ainda o fato de alguns países continuarem a dar prioridade à vacinação de adultos mais jovens, mais saudáveis e com menor risco de doença diante da carência da imunização de profissionais de saúde e idosos em nações mais pobres. Ghebreyesus disse que a luta contra a covid-19 não se trata de uma competição entre os países. – Não estamos pedindo aos países que ponham as suas próprias populações em risco. Estamos pedindo a todos os países que façam parte de um esforço global para reprimir o vírus em todo o mundo – acrescentou Ghebreyesus. A pandemia de covid-19 já deixou mais de 2,5 milhões de mortos em todo mundo, e mais de 114 milhões de casos da doença já foram registrados, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.
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