Palocci apressa depoimento no Senado

Arquivado em:
Publicado Terça, 15 de Novembro de 2005 às 19:01, por: CdB

Ministro da Fazenda, Antonio Palocci resolveu antecipar para a manhã desta quarta-feira o comparecimento ao Senado, antes previsto para a próxima semana, com o objetivo de responder às novas denúncias que surgiram contra ele. Segundo o líder do governo na Casa, Aloizio Mercadante (PT-SP), a idéia é de que os esclarecimentos sejam prestados à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), mas ainda há a possibilidade de Palocci falar da tribuna do Senado, como querem PFL e PSDB.

- Postergar esse quadro contribui para uma contaminação na economia que não interessa a ninguém - disse Mercadante, por telefone. O senador afirmou que já combinou a antecipação com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com os líderes da oposição.

O depoimento na CAE estava marcado para o dia 22. Nesta quarta-feira Palocci estava convocado para comparecer a uma comissão especial da Câmara que analisa a proposta de emenda constitucional que cria o Fundeb, fundo de educação básica para melhorar salários de professores e funcionários. Já o depoimento à CAE na próxima semana havia sido acertado como parte de um esforço para evitar a convocação do ministro pela CPI dos Bingos, como deseja a oposição.

Palocci vem sofrendo pressões desde que Rogério Buratti, seu secretário de governo na primeira vez em que foi prefeito de Ribeirão Preto (SP), denunciou um suposto esquema de propinas na prefeitura. Ele recebeu, na tarde desta terça-feira, um telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no qual lhe foi transmitido "total apoio" para a sua permanência no cargo, segundo adiantou o senador.

Notícia publicada nesta terça-feira mostra que a Polícia Civil e o Ministério Público já teriam provas para indiciar Palocci por superfaturamento de contrato na prefeitura. Neste fim de semana, reportagens revelam que Buratti fez novas denúncias ao Ministério Público, envolvendo Palocci na contribuição de empresários da área dos bingos à campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Diante das incertezas sobre o futuro político de Palocci, o mercado financeiro viveu um dia nervoso na segunda-feira, com a Bolsa de Valores de São Paulo registrando queda de quase 1% e o dólar subindo 2%.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo