Na condição de ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci afirmou que sai do governo tranqüilo e certo de que não praticou nenhum ato contra a lei, a Constituição e a democracia.
- Jamais patrocinei nesses três anos de governo malfeitorias com os bens públicos e jamais atentei contra a Constituição ou a democracia brasileira - disse ele.
Palocci pediu demissão nesta segunda-feira, após ser envolvido pelo ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. De acordo com Palocci, durante o período em que esteve no Ministério da Fazenda, ele cumpriu com seu dever com o Brasil e respeitou "as pessoas, as leis e o progresso das instituições".
O ex-ministro afirmou, porém, que no Brasil há uma tradição de uma "oposição feroz" e que por isso as instituições "estão cravadas de rancor".
- Talvez eu tenha falhado nessa crença de convivência pacífica, mas minha fé no Brasil e nas pessoas continua inabalável - afirmou no discurso de transmissão de cargo para Guido Mantega no Palácio do Planalto.
Segundo Palocci, há melhorias visíveis na economia brasileira desde o início de 2003 e o Brasil estaria "muito melhor" do que antes. Ele também destacou o controle da inflação, que favorece as famílias de renda mais baixa, e que o Brasil conseguiu deixar de ser devedor do Fundo Monetário Internacional (FMI).
- Não quero ressaltar meus feitos. Quero apenas dizer que hoje temos um Brasil muito melhor do que o que tínhamos há três anos - acrescentou.
Após agradecer à equipe econômica, o ex-ministro se despediu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Certamente cometi erros, mas nem de longe me arrependo. Ao presidente Lula não me arrependo nem um minuto por ter dedicado 20 anos de minha vida a seu projeto político - disse.
Segundo Palocci, Mantega será um ministro melhor que ele.
- Não torcerei para o ministro Mantega fazer o mesmo que eu. Eu tenho certeza que ele fará mais e melhor.