Origem da covid-19: cientista defende estudo de cavernas de morcego

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Publicado Quinta, 04 de Fevereiro de 2021 às 10:07, por: CdB

Peter Daszak, membro da equipe liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que busca pistas da origem da covid-19 na cidade chinesa central de Wuhan, disse que é preciso tentar rastrear os elementos genéticos do vírus em cavernas de morcegos.

Por Redação, com Reuters - de Wuhan e Xangai Peter Daszak, membro da equipe liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que busca pistas da origem da covid-19 na cidade chinesa central de Wuhan, disse que é preciso tentar rastrear os elementos genéticos do vírus em cavernas de morcegos.
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Equipe da OMS está na China desde meados de janeiro
Zoólogo e especialista em doenças animais, Daszak disse que a equipe em Wuhan vem recebendo informações de como o vírus, identificado primeiramente na cidade no final de 2019, levou a uma pandemia. Ele não entrou em detalhes, mas disse que não há indícios de que ele surgiu em um laboratório. A origem do coronavírus se politizou muito depois das acusações, sobretudo dos Estados Unidos, de que a China não foi transparente na maneira como lidou com o surto no princípio. Pequim ventilou a hipótese de que o vírus surgiu em outro local. Daszak se envolveu na pesquisa da origem da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2002-2003, rastreando-a em morcegos que viviam em uma caverna de Yunnan, uma província do sudoeste chinês. – É preciso fazer uma pesquisa semelhante se formos encontrar a verdadeira origem (da covid-19) na vida selvagem – opinou Daszak, presidente da EcoHealth Alliance, sediada em Nova York. – Este tipo de trabalho para encontrar a fonte provável em um morcego é importante porque, se você conseguir encontrar as fontes destes vírus letais, pode diminuir os contatos com estes animais – explicou ele à agência inglesa de notícias Reuters em uma entrevista. Não está claro se atualmente a China está estudando suas muitas cavernas de morcegos, mas vírus semelhantes ao SARS-CoV-2 já foram encontrados em Yunnan. – Estou vendo um quadro surgindo de algumas das possibilidades que parece mais plausível do que antes – disse Daszak.

Wuhan

Uma possibilidade sendo analisada mais atentamente pela equipe é a de que o vírus podia estar circulando muito antes de ser identificado em Wuhan. – Isto é algo que nosso grupo está analisando muito intensamente para ver qual nível de transmissão comunitária podia estar acontecendo antes – disse Daszak. – O verdadeiro trabalho que estamos fazendo aqui é rastrear desde os primeiros casos até um reservatório animal, e esta é uma rota muito mais tortuosa, e pode ter acontecido ao longo de vários meses, ou mesmo anos. Os investigadores estão visitando hospitais, instalações de pesquisa e o mercado de frutos do mar onde o primeiro surto foi identificado, mas seus contatos em Wuhan são limitados a visitas organizadas por seus anfitriões chineses.
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