ONU vai à Ucrânia, mas queria ir ao Irã

Na falta de uma resposta do Irã à sua proposta de visita, diante da repressão sangrenta às manifestações, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, irá domingo à Ucrânia. Faz alguns dias, o comissário da ONU se queixou para a imprensa, em Genebra, da falta de resposta das autoridades iranianas à sua proposta de ir ao Irã, onde há mais de dois meses ocorrem manifestações, brutalmente repelidas com mortes e prisões. "Tive reuniões com representantes do governo iraniano, propuz uma presença da ONU no país, onde não existe nenhuma representação onusiana e nem do Comissariado dos Direitos Humanos, propuz que eu mesmo fosse ao Irã, mas não obtive nenhuma resposta". Mais de trezentas pessoas foram mortas, inclusive crianças e jovens, na repressão às manifestações nas últimas semanas. O austríaco Volker Turk ocupa, há um mês e meio, o Alto Comissário da ONU para os direitos humanos, logo depois da ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, e vem desenvolvendo intensa atividade. Durante a sua visita de quatro dias à Ucrania, que começa domingo, a convite do presidente Zelenski, o Alto Comissário visitará Kyiv e as áreas vizinhas, Kharkiv, Izium e Uzhhorod. Ele deverá se reunir com altos funcionários do governo nacional e local e da sociedade civil, bem como representantes de grupos de vítimas, incluindo parentes de civis desaparecidos ou capturados e prisioneiros de guerra. Türk dará uma entrevista coletiva em Kyiv ao final de sua missão, na quarta-feira, 7 de dezembro. Por Rui Martins, de Genebra, Suíça.