ONU proíbe sexo entre soldados e congolesas

Arquivado em:
Publicado Quinta, 10 de Fevereiro de 2005 às 08:34, por: CdB

Membros das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) foram proibidos de manter relações sexuais com a população congolesa em meio a alegações de abuso sexual de mulheres e meninas.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, divulgou, em uma carta enviada ao Conselho de Segurança, o novo regulamento. Annan também pediu a mobilização de mais cem policiais e investigadores que falem francês a fim de "acabar" com os casos de abuso e evitar novos incidentes de exploração sexual.

No último ano, a ONU investigou 150 alegações de exploração sexual de mulheres e meninas contra cerca de 50 soldados. Garotas de até 12 ou 13 anos receberam ovos, leite e pequenas quantidades de dólares em troca de sexo, contam os relatórios da organização.

As novas medidas foram implementadas na semana passada pelo diplomata norte-americano William Swing, chefe da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monuc), que conta com cerca de 13 mil funcionários civis e militares. As novas regras valeriam apenas para o Congo, que possui a maior das 16 missões de paz mantidas pela ONU em vários pontos do mundo, disse Ari Gaitanis, porta-voz da entidade.

Os regulamentos da ONU para as forças de paz costumam proibir expressamente que os soldados mantenham relações sexuais com menores de 18 anos ou obriguem alguém a se prostituir. Mas, com frequência, as autoridades se depararam com casos em que havia uma linha tênue separando o sexo consensual do sexo feito sob coerção.

A ONU não pode fazer muito para punir os militares suspeitos a não ser enviá-los de volta para seus países de origem e insistir que sejam julgados ali. Apesar das investigações e dos programas, uma agência da entidade relatou no mês passado que os abusos continuavam a acontecer.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo