Um porta-voz da Organização Mundial da Saúde expressou nesta terça-feira, em Genebra, sua preocupação pela forma como as autoridades chinesas decidiram proceder ao sacrifício em massa de civetas ou gatos de algalia, espécie selvagem da qual se suspeita que pode estar a origem da chamada pneumonia aguda.
O porta-voz, Dick Thompson, negou que se tenha estabelecido uma relação inequívoca entre esse animal e o vírus da Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars).
- Precisamos mais informação - afirmou.
Segundo Thompson, é preciso de qualquer maneira um cálculo prévio por parte das autoridades chinesas dos eventuais riscos de levar a cabo esse massacre de civetas nas condições dadas.
Uma vez efetuada uma análise de risco, é importante determinar a forma de sacrificar o animal para impedir o eventual contágio das pessoas em contato com as civetas ou a contaminação do meio ambiente.
O porta-voz da OMS insinuou que o remédio poderia ser em determinados casos pior que a doença e disse que a proibição do comércio legal desses animais poderia, por outro lado, dar lugar a atividades de contrabando, ainda mais perigosas por não estar controladas.
Além disso, a fixação na civeta como origem única do contágio, algo sobre o que não provas, pode desviar a atenção de outras possíveis fontes.
Thompson disse, por outro lado, que a presença de um caso individual na China, que foi isolado, não é motivo suficiente para que a OMS lance por enquanto uma recomendação de não viajar para esse país como a que lançou no ano passado.
Sobre o caso suspeito que se apresentou nas Filipinas, onde uma mulher procedente de Hong Kong foi posta em quarentena, o porta -voz da OMS assinalou que se espera para quinta-feira ou sexta-feira desta semana os resultados das análises de laboratório.