Omissão em homicídios em Pernambuco é denunciada pela OAB

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Publicado Sexta, 03 de Outubro de 2003 às 00:08, por: CdB

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entregou na última quinta-feira ao Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, uma série de documentos que denunciam a omissão da Polícia Federal e do Ministério Público Federal em mais de uma dezena de assassinatos ocorridos entre 2001 e 2002 em Pernambuco.

- Não temos dúvida de que houve omissão neste caso. É indiscutível, pelas degravações, que os policiais envolvidos na operação tinham conhecimento inclusive dos atos preparatórios para a consumação de crimes de homicídio - afirmou o presidente da OAB-PE, Ademar Rigueira, após a audiência.

Acompanhado do presidente nacional da OAB, Rubens Approbato, Rigueira afirmou que os grampos telefônicos revelam que os policiais federais sabiam até onde os criminosos iam buscar as armas para executar os crimes.

Os agentes federais acusados participavam da Operação Vassourinha, que investigava a própria Polícia Federal local, empresários e políticos pernambucanos. Um dos assassinatos investigados é o do advogado Antônio Armando de Moura, ocorrido em 12 de junho de 2001. Nos documentos apresentados ao ministro, há inclusive a degravação do momento exato da execução do advogado, 'com riqueza de detalhes'.

Márcio Thomaz Bastos recebeu as cópias dos grampos e prometeu examinar a documentação junto ao diretor geral da PF, Paulo Lacerda. No entanto, o ministro não soube dizer em quanto tempo será possível apresentar os resultados da investigação, apenas se comprometeu a examinar toda a documentação 'no menor prazo possível'.

Além da OAB, a Câmara também iniciou uma série de investigações sobre os grupos de extermínio não só em Pernambuco, mas em todo o Nordeste. Na próxima terça-feira, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos grupos de extermínio define seu roteiro de trabalho e o nome das autoridades a quem pedirá auxílio para a investigação.

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