Papa Francisco classificou o Ocidente como "o maior cemitério da humanidade". Ele apontou para os problemas demográficos da Europa, observando que nestas condições a União Europeia (UE) está seguindo a política migratória errada.
Por Redação, com Sputnik - da Cidade do Vaticano
O Ocidente não pode ser chamado de "um exemplo a seguir" porque seguiu o caminho errado, disse o papa Francisco.
A declaração do pontífice foi dada em entrevista coletiva a jornalistas e publicada no jornal italiano Corriere della Sera na quinta-feira.
– O Ocidente como um todo não é atualmente um exemplo de modelo. O Ocidente está errado, por exemplo, em termos de justiça social – afirmou a autoridade mais elevada da Igreja Católica.
Papa Francisco classificou o Ocidente como "o maior cemitério da humanidade". Ele apontou para os problemas demográficos da Europa, observando que nestas condições a União Europeia (UE) está seguindo a política migratória errada.
– Precisamos de pessoas na Espanha, na Itália. Por que o Ocidente não segue uma política de integração de migrantes? – destacou o papa.
Ele também expressou a opinião de que o Ocidente, agora, "não está no nível mais alto" e não tem capacidade de ajudar outras nações.
O pontífice disse aos jornalistas que o fornecimento de armamentos pode ser moralmente aceitável se for para defender o próprio país, mas seria condenável se o objetivo for estimular o confronto. O papa já foi criticado na Ucrânia pelas posições sobre a corrida armamentista e sobre o papel da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no conflito.
– É uma decisão política que pode ser aceitável do ponto de vista moral, se for feita em termos de moralidade, que são numerosos. Pode ser imoral, se houver a intenção de provocar a escalada da guerra ou vender armas ou enviar aqueles que você não precisa mais – disse o papa.
Papa criticou a indústria de armas
A entrevista do papa foi cedida durante visita ao Cazaquistão. O papa criticou a indústria de armas, observando que os recursos gastos em sua produção poderiam ser gastos na educação ou na erradicação da pobreza.
A questão do fornecimento de armas para as partes em conflito tornou-se mais amplamente discutida depois que a Otan aumentou seu apoio militar a Kiev em resposta à operação militar da Rússia na Ucrânia, lançada em fevereiro.
O gabinete da presidência de Vladimir Zelensky publicou na terça-feira o projeto sobre garantias de segurança da Ucrânia, no qual Kiev propõe a participação da União Europeia, EUA, Reino Unido, Austrália e Turquia como fiadores da segurança ucraniana. A proposta prevê um fornecimento regular de armamentos aos ucranianos.