Novo secretário de Trump levou empregos dos EUA para o exterior

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Publicado Terça, 17 de Janeiro de 2017 às 12:56, por: CdB

Secretário de Trump, como um investidor de alto risco há uma década, Ross se especializou em revitalizar companhias com problemas. A ação ocorreu em uma época em que a economia dos EUA estava perdendo mais de 100 mil empregos por ano por conta do comércio global

 

Por Redação, com Reuters - de Washington

 

O bilionário Wilbur Ross, escolhido por Donald Trump para ajudar a implementar a agenda comercial do próximo governo dos Estados Unidos, fez fortuna, em parte, ao gerenciar negócios que levaram milhares de empregos para fora dos Estados Unidos. Os dados são do Departamento de Trabalho dos EUA, obtidos pela agência inglesa de notícias Reuters

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Ross ficará encarregado, no governo Trump, por reativar o mercado de trabalho nos EUA

Como um investidor de alto risco há uma década, Ross se especializou em revitalizar companhias com problemas. A ação ocorreu em uma época em que a economia dos EUA estava perdendo mais de 100 mil empregos por ano por conta do comércio global.

Uma audiência de confirmação do Senado sobre sua nomeação para secretário do Comércio está marcada para quarta-feira. Apoiadores dizem que Ross salvou milhares de empregos nos EUA ao resgatar empresas da falência. Dados obtidos pela Reuters através da Lei de Acesso à Informação dos EUA mostram que esses esforços de resgate vieram com um preço.

Mais empregos

As companhias têxteis, de finanças e de peças de automóveis controladas por ele eliminaram 2,7 mil postos de trabalho nos EUA. O movimento ocorre desde 2004, por conta do envio da produção para outros países. As informações constam de um programa do Departamento de Trabalho que dá assistência a trabalhadores que perderam seus empregos por conta do comércio global.

Os dados inéditos correspondem a uma pequena fração da economia dos EUA, a qual tem visto os dados de emprego flutuarem a cada mês. Mas o histórico de Ross conflita com a promessa de Trump de proteger trabalhadores norte-americanos da globalização.

Recentemente, Trump foi elogiado por salvar 800 empregos na empresa Carrier, em Indiana. Fez até mesmo fazendo um tour pela fábrica para apertar as mãos de funcionários. O presidente eleito também tem pressionado a Ford e outras montadoras a manterem empregos nos EUA.

Ross não respondeu a diversos pedidos de comentários. As atividades do executivo não são incomuns em uma época em que a globalização tem reduzido as fronteiras internacionais de comércio.

Dólar comportado

Apesar da proximidade da posse de Trump, o dólar operava em queda de quase 1% ante o real nesta terça-feira. Internamente, era influenciado pela volta do Banco Central ao mercado cambial e também pelo recuo da moeda norte-americana no exterior.

Às 10:27, o dólar recuava 0,92%, a R$ 3,2087 na venda, depois de ter acumulado ganho de 1,98% nos dois pregões anteriores. Na mínima do dia, o dólar foi a R$ 3,1924. O dólar futuro cedia cerca de 1,10%.

— O Banco Central agiu para preservar a segurança do mercado e dar mais tranquilidade aos agentes diante dos fatos externos — destacou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. O último leilão de swap tradicional havia sido em 12 de dezembro passado.

Volta dos swaps

O BC anunciou, na noite passada, que fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. A decisão foi tomada após avaliar as condições de mercado. A venda será para rolagem dos contratos que vencem em fevereiro e que somam o equivalente a US$ 6,431 bilhões.

Se mantiver o mesmo ritmo de swaps ofertados nos próximos dias e vendê-los na íntegra, o BC rolará o volume total em 11 leilões. A última vez que o BC entrou no mercado de câmbio foi dia 13 de dezembro.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira que a autoridade monetária poderá sempre fornecer hedge a empresas. Isso, se os mercados não estiverem funcionando bem. E se houver problemas de liquidez, acrescentando ainda que o BC pode usar suas ferramentas cambiais para evitar volatilidade excessiva. Também, no caso da falta de liquidez dentro do regime de câmbio flutuante. Esta, afirmou, seria a primeira linha de defesa da economia contra choques externos.

O mercado externo também contribuía para o movimento de queda do dólar. A moeda norte-americana cedia ante uma cesta de moedas e divisas de emergentes, como o peso mexicano.

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