Senador bolsonarista tem mandato julgado no Plenário do TSE

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Publicado Terça, 30 de Abril de 2024 às 19:11, por: CdB

Presidente da Corte, o ministro Alexandre de Moraes chegou a agendar uma nova sessão para o dia 16 de abril, mas o julgamento precisou ser novamente adiado pela ausência do ministro Floriano de Azevedo Marques, relator do caso. Ele alegou, naquele momento, problemas familiares.


Por Redação - de Brasília

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou, nesta terça-feira, o julgamento que poderá encerrar o mandato do senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) por abuso de poder econômico. O julgamento, iniciado em 4 de abril, foi interrompido após as sustentações orais das defesas dos acusados e do Ministério Público Eleitoral. Naquela sessão, nenhum voto foi proferido.

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Hang, conhecido nas redes sociais como 'Véio da Havan', está na lista de suspeitos de burlar a legislação eleitoral por apoio à campanha de Jorge Seif (PL-SC)


Presidente da Corte, o ministro Alexandre de Moraes chegou a agendar uma nova sessão para o dia 16 de abril, mas o julgamento precisou ser novamente adiado pela ausência do ministro Floriano de Azevedo Marques, relator do caso. Ele alegou, naquele momento, problemas familiares.

Seif é alvo de um julgamento por abuso de poder econômico, com interferência do empresário Luciano Hang, dono da Havan, na campanha eleitoral em 2022.

 

Recurso


O TSE analisa, na realidade, um recurso contra a decisão pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), que rejeitou por unanimidade uma denúncia apresentada pela Coligação Bora Trabalhar (Patriota, PSD e União Brasil), que acusava o senador de gastos irregulares e benefícios financeiros com ajuda do empresário e de um sindicato patronal.

A suspeita é de que a ajuda econômica recebida pelo político bolsonarista tenha impulsionado a votação, que terminou com ele como o vencedor. Seif contou, segundo aponta a denúncia, com a estrutura física das lojas, uso de funcionários da Havan na campanha; além das aeronaves que teriam ficado disponíveis para o então candidato. Na acusação, a coligação aponta ‘simbiose’ entre Seif e os empresários.

“Houve um abuso de um aparato impactante, como o uso de uma aeronave da Havan para auxiliar no deslocamento do candidato nas agendas de campanha, o uso da estrutura da agência da empresa para divulgar os eventos de campanha, o uso de salas da empresa para gravar vídeos de campanha”, sustentou a coligação.

 

Campanha


No TRE-SC, que rejeitou o pedido de cassação, a Justiça Eleitoral estadual considerou que a coligação estaria praticando litigância de má-fé, ao considerar que o candidato obteve vantagens indevidas durante a campanha.

O Ministério Público, porém, tem defendido a cassação do mandato do bolsonarista. Segundo o vice-procurador Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, ficou evidente que houve abuso de poder econômico na relação entre Seif e Hang, uma vez que a parceria “comprometeu a lisura das eleições”.

A defesa do senador, por sua vez, alegou que os acusadores fazem uma ‘ginástica jurídica’ e não são capazes de provar o uso das aeronaves da Havan pelo político, principal apontamento feito no pedido de cassação.

 

Cassação


É esperado que na sessão desta terça o relator do caso, enfim, apresente seu voto. Em seguida, devem votar os ministros Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques, Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, André Ramos Tavares e o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes.

Além da cassação, a Corte Eleitoral ainda poderá decretar a inelegibilidade, por oito anos, do senador. Caso a opção dos ministros seja pela cassação, os votos precisarão também definir como será preenchida a vaga deixada pelo bolsonarista no Senado.

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