Noruega rejeita pedido da Itália para acolher imigrantes

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Publicado Sexta, 04 de Novembro de 2022 às 11:22, por: CdB

O Geo Barents leva 572 imigrantes resgatados no Mar Mediterrâneo e espera desde o fim de outubro pela designação de um porto seguro para atracar. Já o Ocean Viking tem 234 indivíduos a bordo e aguarda autorização há quase duas semanas.

Por Redação, com ANSA - de Roma

A Noruega rejeitou nesta sexta-feira uma cobrança da Itália para acolher imigrantes forçados a bordo dos navios Geo Barents, operado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), e Ocean Viking, da SOS Méditerranée.

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Imigrantes a bordo do navio Geo Barents, em foto de arquivo

Em email enviado à agência inglesa de notícias Reuters, o embaixador norueguês em Roma, Johan Vibe, disse que Oslo não tem "nenhuma responsabilidade, de acordo com as convenções de direitos humanos e de direito marítimo, pelas pessoas embarcadas" nos navios.

O Geo Barents leva 572 imigrantes resgatados no Mar Mediterrâneo e espera desde o fim de outubro pela designação de um porto seguro para atracar. Já o Ocean Viking tem 234 indivíduos a bordo e aguarda autorização há quase duas semanas.

A Itália é o país mais próximo, porém Roma quer que a Noruega se encarregue dos migrantes pelo fato de os navios terem bandeira norueguesa.

Novo governo italiano

Normas internacionais de navegação determinam que pessoas resgatadas em alto mar sejam obrigatoriamente levadas ao porto seguro mais próximo, mas o novo governo italiano de extrema direita joga a responsabilidade para os países de bandeira das embarcações usadas pelas ONGs.

Além da Noruega, Roma também cobra a Alemanha, nação de registro do navio Humanity 1, da entidade SOS Humanity e que resgatou 179 náufragos no Mediterrâneo. governo alemão e a França já se ofereceram para acolher parte dos migrantes socorridos ao sul da Europa, porém exigem que os desembarques sejam feitos em portos italianos.

A ONG SOS Méditerranée, que tem sede na cidade francesa de Marselha, possui opinião semelhante. "Há anos defendemos que os Estados da Europa central devem se encarregar para aliviar a pressão das chegadas sobre Itália e Malta, mas, para nós, o importante é que o Ocean Viking atraque no porto seguro mais próximo, e esperamos que isso aconteça o quanto antes", afirma a entidade.

Atualmente, apenas navios de ONGs humanitárias realizam resgates no Mediterrâneo Central, a rota migratória mais mortal do mundo, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Segundo a OIM, quase 1,3 mil pessoas já morreram ou desapareceram tentando concluir a travessia apenas em 2022, média de mais de quatro fatalidades por dia.

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