Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Netanyahu revela primeiro plano oficial pós-guerra em Gaza

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Sexta, 23 de Fevereiro de 2024 às 10:29, por: CdB

Nas metas de longo prazo listadas, Netanyahu rejeita o "reconhecimento unilateral" de um Estado palestino. Ele diz que um acordo com os palestinos só será alcançado por meio de negociações diretas entre os dois lados, mas não mencionou quem representaria o lado palestino.


Por Redação, com Reuters - de Jerusalém


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou um plano de "dia seguinte" para Gaza, sua primeira proposta oficial para o fim da guerra no território palestino comandado pelo Hamas.




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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

De acordo com o documento, apresentado aos membros do gabinete de segurança de Israel na quinta e visto pela agência inglesa de notícias Reuters nesta sexta-feira, Israel manteria o controle de segurança sobre todas as terras a oeste da Jordânia, incluindo a Cisjordânia ocupada e Gaza, territórios onde os palestinos querem criar um Estado independente.


Nas metas de longo prazo listadas, Netanyahu rejeita o "reconhecimento unilateral" de um Estado palestino. Ele diz que um acordo com os palestinos só será alcançado por meio de negociações diretas entre os dois lados, mas não mencionou quem representaria o lado palestino.


Em Gaza, Netanyahu descreve a desmilitarização e a desradicalização como metas a serem alcançadas em médio prazo. Ele não detalha quando esse estágio intermediário começaria ou quanto tempo duraria. Mas ele condiciona a reabilitação da Faixa de Gaza, grande parte da qual foi destruída pela ofensiva de Israel, à sua completa desmilitarização.


Netanyahu propõe que Israel esteja presente na fronteira entre Gaza e Egito, no sul do enclave, e coopere com o Egito e os Estados Unidos nessa área para impedir tentativas de contrabando, inclusive na passagem de Rafah.


Para substituir o domínio do Hamas em Gaza e, ao mesmo tempo, manter a ordem pública, Netanyahu sugere trabalhar com representantes locais "que não sejam afiliados a países ou grupos terroristas e que não sejam apoiados financeiramente por eles".


Ele pede o fechamento da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os refugiados palestinos, a UNRWA, e sua substituição por outros grupos de ajuda internacional.


"O documento de princípios do primeiro-ministro reflete o amplo consenso público em relação aos objetivos da guerra e à substituição do governo do Hamas em Gaza por uma alternativa civil", disse uma declaração do gabinete do primeiro-ministro.


O documento foi distribuído aos membros do gabinete de segurança para iniciar uma discussão sobre o assunto.



A guerra


A guerra foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, no qual 1,2 mil pessoas foram mortas e 253 foram feitas reféns, de acordo com dados das autoridades israelenses.


Jurando destruir o Hamas, Israel respondeu com um ataque aéreo e terrestre à Gaza que matou mais de 29.400 pessoas, de acordo com as autoridades de saúde palestinas. A ofensiva deslocou a maior parte da população do território e causou fome e doenças generalizadas.


O porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, Nabil Abu Rudeineh, disse à Reuters que a proposta de Netanyahu estava fadada ao fracasso, assim como qualquer plano israelense para mudar as realidades geográficas e demográficas de Gaza.


– Se o mundo está genuinamente interessado em ter segurança e estabilidade na região, ele deve acabar com a ocupação israelense das terras palestinas e reconhecer um Estado palestino independente com Jerusalém como sua capital – disse ele.


A guerra em Gaza reavivou os apelos internacionais, incluindo o principal apoiador de Israel, os Estados Unidos, para a chamada solução de dois Estados como o objetivo final para resolver o conflito israelense-palestino que já dura décadas. No entanto, vários políticos israelenses de alto escalão se opõem a isso.


A solução de dois Estados é, há muito tempo, uma política ocidental fundamental na região, mas houve pouco progresso na obtenção da condição de Estado palestino desde a assinatura dos Acordos de Oslo no início da década de 1990.




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