Myanmar condena jornalista norte-americano a 11 anos de prisão

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Publicado Sexta, 12 de Novembro de 2021 às 10:18, por: CdB

   

Por Redação, com ANSA - de Yangon

A Justiça de Myanmar condenou a 11 anos de prisão o jornalista norte-americano Danny Fenster nesta sexta-feira sob acusações de associação ilegal, incitação ao dissenso e violação de lei de migração.
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Repórter foi condenado por cobertura durante golpe militar
O repórter ainda será julgado em outro caso, onde os militares que deram um golpe de Estado no país o acusam de terrorismo e sedição. Se condenado, Fenster poderá pegar prisão perpétua. Segundo seu advogado, U Than Zaw Aung, o jornalista foi condenado por conta da cobertura internacional que fez para o site Myanmar Now e para o jornal Frontier Myanmar, duas publicações que, mesmo após o golpe de fevereiro, continuaram independentes. "Estamos profundamente decepcionados com a decisão de condenar Danny Fenster", pubicou em nota o periódico. Fenster foi detido em 24 de maio, quase quatro meses depois do golpe, no aeroporto internacional de Yangon enquanto tentava retornar para os Estados Unidos. Assim como ocorre com todos os acusados de algum crime contra os golpistas, todo o processo foi fechado à cobertura da imprensa, mesmo da estatal.

Golpe militar

Desde o golpe militar de 1º de fevereiro, mais de sete mil pessoas foram presas por diversos motivos políticos, como fazer manifestações públicas contra o golpe ou pertencerem a partidos civis. Entre os detidos, estão a líder de facto do país, Aung San Suu Kyi, que foi acusada de sete crimes diferentes, e o presidente de Myanmar, Win Myint, acusado de dois. A desculpa do golpe foi que houve "fraude" nas eleições de dezembro, quando o partido da Nobel da Paz de 1991, o Liga Nacional pela Democracia (NLD), teve mais de 75% dos votos aplicando uma sonora derrota para os militares. Até hoje, porém, nem Suu Kyi nem Myint foram acusados por qualquer tipo de crime ligado à votação, mas o NLD foi dissolvido oficialmente. Além dos detidos, ONGs que acompanham a crise no país apontam que soldados ou policiais do governo já mataram mais de 1,2 mil cidadãos, incluindo crianças e adolescentes, durante os protestos.
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