Rio de Janeiro, 20 de Setembro de 2024

Mulheres ignoram Talebã e voltam a fazer protestos

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Quinta, 09 de Setembro de 2021 às 09:08, por: CdB

 

Em frente a embaixada, segundo a agência Aamaj News, as mulheres acusavam o Paquistão de ser "inimigo de longa data do Afeganistão", por conta do apoio dado aos talebãs, e que o protesto terminou "com violência, com várias ativistas sendo presas".

Por Redação, com ANSA - de Cabul

Mesmo com a determinação do Talebã de proibir manifestações "não autorizadas", diversas cidades do Afeganistão registraram atos de mulheres nesta quinta-feira.
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Mulheres protestam quase que diariamente por seus direitos e por liberdade
Os maiores ocorreram em frente à embaixada do Paquistão em Cabul e nas províncias de Parwan, ao norte, e Nimruz, ao sul do território. Em frente a embaixada, segundo a agência Aamaj News, as mulheres acusavam o Paquistão de ser "inimigo de longa data do Afeganistão", por conta do apoio dado aos talebãs, e que o protesto terminou "com violência, com várias ativistas sendo presas". O decreto emitido pelo Ministério da Justiça na quarta-feira determina que todos os protestos devem ser solicitados "com 24 horas de antecedência" e que todos os detalhes das motivações, do local do ato e de quem organiza devem ser repassados para liberação.

Os protestos pedem respeito

Formados majoritariamente por mulheres, os protestos pedem respeito aos direitos humanos e liberdade de movimentação. No primeiro governo talebã, entre 1996 e 2001, elas foram impedidas de estudar, trabalhar e até de sair de casa sem a companhia de um homem. E há o temor de que o grupo volte a impor essas regras. No poder desde 15 de agosto, os fundamentalistas estão, gradativamente, aumentando as limitações a elas. Já foram proibidas turmas mistas em universidades e a prática de quase todos os esportes. Elas também só poderão ter aulas com professoras mulheres ou homens idosos "com conhecido bom caráter". Além disso, só podem frequentar as aulas nas universidades com o rosto coberto por um véu islâmico chamado niqab. O Talebã reassumiu o poder no dia 15 de agosto após a queda de Cabul e anunciou um governo provisório no último dia 7 de setembro. O novo Executivo é formado apenas por homens e dois deles são considerados terroristas pelas Nações Unidas e pelos Estados Unidos.
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