Mercosul: Macron usa discurso verde para agradar direita francesa

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Publicado Sábado, 25 de Fevereiro de 2023 às 13:11, por: CdB

Macron voltou a afirmar que, para fechar em definitivo o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, é preciso que as nações do bloco sul-americano respeitem as regras sobre o meio ambiente.


Por Redação, com Euronews - de Paris

Em seu discurso na Feira Internacional de Agricultura em Paris, na manhã deste sábado, o presidente francês Emmanuel Macron voltou a afirmar que ratificação do pacto com países latino-americanos somente ocorrerá se regras, como o acordo de Paris, foram cumpridas.

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O presidente francês, Emmanuel Macron, fala ao seu eleitorado de direita, contra o acordo com o Mercosul


Macron voltou a afirmar que, para fechar em definitivo o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, é preciso que as nações do bloco sul-americano respeitem as regras sobre o meio ambiente.

— Um acordo com os países latino-americanos não é possível se não respeitarem os acordos de Paris (sobre o clima) como nós, e se não respeitarem as mesmas restrições ambientais e sanitárias que nós impomos aos nossos produtores — declarou Macron, segundo a agência europeia de notícias Euronews.

O mandatário francês, obviamente falando para o público interno de agricultores contrários ao acordo, também ressaltou que "quando as restrições são impostas aos nossos produtores, nós devemos impô-las aos alimentos que importamos, algo que não é feito de modo suficiente em nível europeu”.

Negociação


A rejeição de importante setor do eleitorado francês de direita colabora para o acordo não ser finalmente ratificado. Prevalece o temor de agricultores e criadores de gados franceses (e europeus) de que os produtos oriundos da América do Sul possam reduzir sua receita. Analistas também apontam que, mesmo com a preocupação real ambiental, há também por trás do discurso verde a intenção de prolongar a ratificação pela mesma questão descrita acima.

Desde o começo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o pacto UE-Mercosul voltou com peso para a mesa de negociações entre os dois blocos, principalmente por uma parte de líderes do bloco europeu que veem no acordo a chance de reaquecer os laços, agora enfraquecidos, entre a União Europeia e países latino-americanos.

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