Mercado global de criptomoedas opera à beira do colapso

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Publicado Segunda, 11 de Julho de 2022 às 12:44, por: CdB

A criptomoeda era negociada a cerca de US$ 20.561,30, em queda de 3% perto das 8h15 desta segunda-feira, horário de Brasília. O setor de criptomoedas foi abalado por credores em apuros, moedas em colapso e o fim das políticas de dinheiro fácil da pandemia que alimentaram um frenesi especulativo nos mercados financeiros.

Por Redação, com agências internacionais - de Nova York, NY-EUA
Analistas de Wall Street esperam que o colapso da criptomoeda fique muito pior. O token tem mais chance de cair para US$ 10 mil, reduzindo seu valor aproximadamente pela metade, do que voltar para US$ 30.000, segundo 60% dos 950 investidores que responderam à última pesquisa MLIV Pulse do blog de mercados da agência norte-americana de notícias Bloomberg. Quarenta por cento pensam o contrário.
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Regulamentação de criptomoedas avança no Senado e pode ir à Câmara
A criptomoeda era negociada a cerca de US$ 20.561,30, em queda de 3% perto das 8h15 desta segunda-feira, horário de Brasília. O setor de criptomoedas foi abalado por credores em apuros, moedas em colapso e o fim das políticas de dinheiro fácil da pandemia que alimentaram um frenesi especulativo nos mercados financeiros. Cerca de US$ 2 trilhões de valor de mercado do setor evaporaram desde o final do ano passado, de acordo com dados compilados pela CoinGecko. A pesquisa mostrou que os investidores de varejo estavam mais apreensivos com as criptomoedas do que seus pares institucionais, e os investidores profissionais tinham a mente mais aberta em relação aos ativos digitais.

Perda de valor

Mas, no geral, as visões sobre o setor continuam polarizadas: enquanto cerca de 28% dos entrevistados em geral expressaram forte confiança de que as criptomoedas são o futuro das finanças, 20% disseram que não valem nada. O Bitcoin já perdeu mais de dois terços de seu valor desde que atingiu quase US$ 69 mil em novembro, e não é negociado a US$ 10 mil desde setembro de 2020. — É muito fácil ter medo agora, não apenas em relação a criptomoedas, mas em geral no mundo — disse Jared Madfes, sócio da Tribe Capital, uma empresa de capital de risco, à Bloomberg. O colapso das criptomoedas provavelmente pressionará ainda mais os governos para que intensifiquem a regulamentação do setor. Essa supervisão é vista como positiva pela maioria dos entrevistados, pois pode melhorar a confiança e levar a uma maior aceitação entre investidores institucionais e de varejo.

Banco Central

No Brasil, para aprovar o projeto de lei que impõe regras ao mercado de criptoativos, o Banco Central (BC) abriu mão de um dispositivo da proposta que blindava o patrimônio dos investidores. A chamada segregação patrimonial era um dos pontos defendidos pelo presidente do BC, Roberto Campos Netto, para igualar as regras desse novo mercado às do sistema financeiro e assim barrar o uso das criptos em lavagem de dinheiro e fraudes — principalmente por meio de moedas como o bitcoin e o ethereum. Atualmente, boa parte das corretoras de criptos misturam o dinheiro do investidor com o da empresa. Em casos de falência ou de qualquer irregularidade, fica mais difícil recuperar o dinheiro do cliente. Foi o que ocorreu nesta semana quando, por uma decisão judicial, a Capitual teve R$ 480 milhões bloqueados devido a uma disputa com sua ex-parceira, a gigante Binance. O dinheiro pertencia aos clientes da Binance, que tinha contratado a Capitual para fazer conversão de moedas (criptomoedas e moedas convencionais). Segundo relatos, com o bloqueio, a Binance teve de ressarcir os valores com recursos próprios, enquanto aguarda a devolução pela Capitual. O BC queria separar os recursos dos investimentos dos do caixa das corretoras, mas a medida enfrenta resistência na Câmara.
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