Marroquino morre de queimaduras após salvar manifestante
RABAT, 24 Jan (Reuters) - O principal partido de oposição islâmico do Marrocos afirmou que um de seus integrantes morreu nesta terça-feira de queimaduras que sofreu enquanto salvava um universitário que ateou fogo ao próprio corpo em protesto contra o desemprego, em Rabat, na semana passada.
Abdelwahab Zidoun, de 27 anos, morreu num hospital de Casablanca.
Três universitários desempregados atearam fogo aos próprios corpos durante o protesto para exigir das autoridades a criação de milhares de empregos no setor público. Eles sobreviveram, mas um deles permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Esse acontecimento fez lembrar o ato cometido pelo vendedor de vegetais tunisiano Mohamed Bouazizi cuja morte deu início a uma onda de revoltas da "Primavera Árabe" no ano passado que derrubou líderes autocráticos na Tunísia, no Egito e na Líbia.
O rei Mohammed, do Marrocos, reagiu rapidamente quando centenas de milhares de pessoas realizaram protestos no ano passado pedindo uma Monarquia constitucional, um Judiciário independente e o fim da corrupção.
Ele outorgou poderes para eleger autoridades e adiantou em quase um ano uma eleição vencida pelo moderado Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD).
Mais de 30 por cento dos jovens marroquinos estão desempregados, a pobreza afeta quase um quarto da população de 33 milhões de habitantes e há queixas persistentes sobre educação ineficiente, nepotismo e corrupção generalizada.
(Reportagem de Souhail Karam)
Reuters