Segundo a polícia, a maioria dos participantes descumpriu a regra da distância mínima de 1,5 metros, apesar de reiterados apelos contrários e de o cumprimento dessa exigência ter sido um requisito da Justiça para liberar o protesto.
Por Redação, com DW - de Berlim
A polícia de Berlim ordenou, neste sábado, a dispersão de uma marcha de apoiadores neonazistas do presidente norte-americano Donald Trump, contrários às medidas do governo alemão para impedir a propagação do novo coronavírus, como o distanciamento social e o uso obrigatório de máscaras no rosto. Ao menos dois participantes foram detidos.
Segundo a polícia, a maioria dos participantes descumpriu a regra da distância mínima de 1,5 metros, apesar de reiterados apelos contrários e de o cumprimento dessa exigência ter sido um requisito da Justiça para liberar o protesto, inicialmente proibido pelas autoridades berlinenses.
"Não havia outra opção a não ser dispersar a manifestação", comunicou a polícia pelas redes sociais.
Marcha
Milhares de pessoas haviam se reunido, por volta do meio-dia, para participar da marcha na rua Friedrichstrasse, que pretendia seguir até o Portão de Brandemburgo. Segundo cálculos da polícia, cerca de 18 mil pessoas participam dos protestos deste sábado, na capital alemã.
Uma segunda manifestação começava a se formar nesta tarde, na cidade, na Rua do 17 de Junho, e a polícia já avisou que também essa poderá ser dispersada pelos mesmos motivos. A previsão dos organizadores é que a manifestação ocupe a rua desde o Portão de Brandemburgo até a Coluna da Vitória.
Os protestos foram convocados num momento em que a Alemanha registra um aumento de casos de covid-19, com números bem acima de mil infecções diárias. Isso levou o governo federal e os governos estaduais a imporem novas restrições.
Conspiração
Os manifestantes exibiam cartazes pedindo a renúncia do governo da chanceler federal Angela Merkel e o fim das medidas para conter a pandemia de coronavírus, com dizeres como "Parem com a loucura do corona", "Fim da ditadura corona". Alguns manifestantes também portavam símbolos da ultradireita nazista alemã ou da teoria da conspiração Qanon, da extrema direita norte-americana.
As autoridades de Berlim haviam proibido as manifestações na quarta-feira, argumentando que os manifestantes não iriam respeitar as regras de distanciamento. Na madrugada deste sábado, a Justiça alemã liberou os protestos.