Manifestação, no Rio, pela queda do mandatário fascista mobiliza mais de 100 mil

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Publicado Sábado, 03 de Julho de 2021 às 15:00, por: CdB

Muitos dos cartazes levados ao ato e dos gritos de ordem ouvidos ao longo dos quase quatro quilômetros de trajeto faziam menção às denúncias sobre superfaturamento na compra de vacinas e ao crime de prevaricação que teria sido cometido por Bolsonaro.

Por Redação - do Rio de Janeiro

Com a adesão de novos partidos e de mais movimentos populares, cerca de 100 mil manifestantes voltaram às ruas do Rio de Janeiro, neste sábado, segundo calculam os organizadores, para protestar contra o governo federal e pedir o impedimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Este é o terceiro ato em menos de dois meses a ocupar a larga Avenida Presidente Vargas, uma das principais vias do centro da capital fluminense.

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Todas as oito pistas da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, foram tomadas pelos manifestantes contra Bolsonaro

Muitos dos cartazes levados ao ato e dos gritos de ordem ouvidos ao longo dos quase quatro quilômetros de trajeto faziam menção às denúncias sobre superfaturamento na compra de vacinas e ao crime de prevaricação que teria sido cometido por Bolsonaro ao deixar de determinar uma investigação a partir de um alerta de fraude feito em março.

Em um dos carros de som, a cantora Teresa Cristina cantou o samba "História pra ninar gente grande", que a escola de samba Mangueira apresentou no Carnaval de 2019 e que faz uma homenagem a personagens da História do Brasil, como a vereadora Marielle Franco (PSOL), executada em março de 2018. A sambista foi acompanhada pelos manifestantes na letra da música e no "Fora Bolsonaro".

— É uma pena que a geração de 1968, que já viu tanta coisa, esteja novamente passando por tudo isso de novo. E esse presidente sujo, que vem com um papinho de 'Me chama de corrupto'... Você é corrupto, sim! É muito corrupto! Fora Bolsonaro! — gritou Teresa Cristina.

Gravidade

Também presente na manifestação, o deputado estadual Flávio Serafini (PSOL) disse ao site de notícias Brasil de Fato que este terceiro ato marca uma virada em relação aos anteriores. Segundo o parlamentar, o aprofundamento das investigações e a repercussão da CPI da Covid, no Senado Federal, bem como as primeiras manifestações, mostra que a extrema-direita "está perdendo as ruas".

— Muitos que dialogaram com Bolsonaro, outros que não dialogaram, mas minimizaram a gravidade do que ele representa, hoje se colocam em marcha para derrotar esse governo. Isso é muito importante, é parte do processo de isolamento da extrema-direita, de isolamento desse núcleo fascista representado por Bolsonaro. Esse ato de hoje marca um novo momento, aqui no Rio, em São Paulo e no Nordeste brasileiro — acrescentou Serafini.

Líder sindical e trabalhador da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), Ary Girota fez uma fala no carro de som contra a reforma administrativa do governo federal e contra a aliança do governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, com Bolsonaro para levar adiante as privatizações no país, como ocorreu com a Cedae.

— É fundamental defender a vida, a democracia. O inimigo do povo brasileiro chama-se Jair Bolsonaro e toda camarilha que o acompanha. Luiz Fux deveria se declarar impedido de decidir qualquer coisa relacionada ao Rio de Janeiro. Estava ontem de mãos dadas com Cláudio Castro. Como um ministro como esse autoriza a privatização da água, do acesso à água? Vamos à luta contra a reforma administrativa e toda sorte de opressão — resumiu Girota.

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