Maioria dos eleitores vota em candidatos de esquerda, apura pesquisa

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Publicado Quinta, 09 de Junho de 2022 às 12:46, por: CdB

Os dados constam da avaliação socioeconômica na pesquisa Datafolha divulgada na véspera, sobre o perfil ideológico dos brasileiros. O levantamento mostrou, a partir de respostas dos entrevistados no estudo sobre temas controversos de comportamento e economia, que 49% da população se identifica com ideias de esquerda.

Por Redação - de São Paulo
A tendência de votos para a esquerda e a centro-esquerda é mais forte entre mulheres, jovens de 16 a 24 anos, quem tem renda familiar de até cinco salários mínimos e pretos, maioria absoluta do eleitorado brasileiro, enquanto a direita se concentra em homens, faixa etária acima dos 60 anos, pessoas com renda acima de dez salários e brancos.
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A comunista Manuela D'Ávila representa o universo de mulheres de esquerda, no país
Os dados constam da avaliação socioeconômica na pesquisa Datafolha divulgada na véspera, sobre o perfil ideológico dos brasileiros. O levantamento mostrou, a partir de respostas dos entrevistados sobre temas controversos de comportamento e economia, que 49% da população se identifica com ideias de esquerda. Os resultados observados dentro de cada subgrupo da pesquisa apontam para números maiores no alinhamento com a esquerda em camadas historicamente menos privilegiadas sob critérios como gênero, renda e raça. Legislação Uma situação que destoa dessa relação diz respeito à escolaridade. Embora a esquerda seja predominante nas duas pontas, o percentual é maior entre os que têm nível superior (55%) do que entre os que estudaram menos e só possuem o ensino fundamental (42%). Na pesquisa, o Datafolha fez perguntas nos campos de costumes e de economia a 2.556 pessoas acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país nos últimos dias 25 e 26. A categorização teve como base a pontuação atingida pelo entrevistado em temas que vão de drogas e homossexualidade a legislação trabalhista e papel do Estado no crescimento nacional. O percentual de 49% da população à esquerda é superior ao de 41% em 2017, ano da rodada anterior do mapeamento. É também o maior índice desde que a sondagem começou a ser feita, em 2013. A direita, por sua vez, tem o menor patamar histórico, 34% (ante 40%). O centro passou de 20% para 17% agora. Na distribuição por gênero, a esquerda norteia a visão de mundo de 55% das mulheres, ante 42% da dos homens. Já a direita é essencialmente masculina: 41% deles trafegam nessa via, ante 27% delas.

Espectro

O recorte etário dentro do qual a esquerda atinge sua maior taxa é o de jovens entre 16 e 24 anos: 67%. A adesão a esse ideário cai conforme aumenta a idade. Com a direita ocorre o contrário — quanto mais vivido o entrevistado, mais destro ideologicamente ele tende a ser. Movimento parecido se dá em relação à renda, com os mais pobres sendo mais afinados com a esquerda. No grupo cuja família ganha até cinco salários, 50% estão situados nesse segmento ideológico. Na parcela com renda acima de dez salários, é a identificação com a direita que alcança 50%. O percentual da esquerda também é numericamente mais elevado entre pretos (53%), seguidos por pardos (50%) e brancos (47%). No espectro da direita, a distribuição é mais equitativa de acordo com a cor autodeclarada, com tendência de mais brancos (38%). Pretos são 30% e pardos, 32%. A pesquisa mostrou, ainda, que no conjunto total de entrevistados as posições de esquerda são hoje mais preponderantes em economia (com adesão de 50%) do que em comportamento (42%). No campo econômico, 54% das mulheres se posicionam à esquerda, ao passo que na arena de valores o índice recua para 46%. Entre jovens de 16 a 24 anos, os índices são de, respectivamente, 62% e 55%.
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