Maduro mobiliza tropas em resposta a navio de guerra britânico

Arquivado em:
Publicado Domingo, 31 de Dezembro de 2023 às 14:20, por: CdB

A visita do navio provocou controvérsia e o presidente venezuelano, Nicolas Maduro, mobilizou suas forças nas últimas 48 horas, ao acusar a Guiana de violar o Acordo de Argyle, alcançado em São Vicente e Granadinas no último 14 de dezembro.


Por Redação, com ABr e BBC - de Brasília e Georgetown

O Chefe do Estado-Maior da Força de Defesa da Guiana, o Brigadeiro Omar Khan e o Alto Comissário Britânico na Guiana, Jane Miller, foram neste domingo as autoridades mais graduadas na visita ao navio de guerra do Reino Unido HMS Trent, ancorado na costa do país há 72 horas. A recepção formal a uma nave bélica do império britânico tensionou, ainda mais, a disputa entre vizinhos.

hms-trent.jpg
O HMS Trent, da Real Marinha Britânica, está ancorado ao largo da capital guianês, Georgetown


A visita do navio provocou controvérsia e o presidente venezuelano, Nicolas Maduro, mobilizou suas forças nas últimas 48 horas, ao acusar a Guiana de violar o Acordo de Argyle, alcançado em São Vicente e Granadinas no último 14 de dezembro. As tropas venezuelanas estavam mobilizadas, neste domingo, para uma série de exercícios militares no Essequibo, fronteira do território em litígio.

A disputa resume-se à região rica em recursos naturais como ouro e petróleo. A área, no entanto, constitui dois terços do território da Guiana. A Venezuela há muito tempo reivindica esta região, afirmando que foi injustamente privada do território quando diplomatas europeus e norte-americanos demarcaram a fronteira, há mais de dois séculos.

 

Resposta


A visita do HMS Trent à Guiana faz parte de uma série de compromissos regionais, onde está programado para realizar exercícios de treinamento com militares guianeses - uma força não superior a 3 mil militares. O presidente da Guiana, Irfaan Ali, assegurou que as atividades do navio não representam nenhuma ameaça à Venezuela.

Os venezuelanos, no entanto, percebem a presença do navio de guerra britânico como um ato provocativo, levando o presidente Maduro a mobilizar cerca de 6 mil tropas para um exercício defensivo. A comunidade internacional, incluindo o Brasil, pediu contenção e um retorno ao diálogo.

Na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do governo brasileiro divulgou nota em que afirma estar acompanhando “com preocupação” os últimos desdobramentos em torno da região de Essequibo, na Guiana. A situação havia esfriado depois de reunião pacífica entre os presidentes venezuelano, Nicolás Maduro, e o colega guianês Irfaan Ali, em 14 de dezembro, em São Vicente e Granadinas.

Integração

Mas o anúncio, pelo Ministério da Defesa britânico, no dia 24, de que está enviando um navio militar para a região reacendeu a disputa. A decisão de enviar o HMS Trent provocou reação de Maduro. A Guiana é ex-colônia e considerada aliada dos britânicos.

O Itamaraty acrescentou que o Brasil considera a Declaração de Argyle para o Diálogo e a Paz, assinada por Guiana e Venezuela naquela data, “um marco nos esforços para abordar pacificamente a questão, tendo em mente o espírito de integração que nos move, como uma região de paz, cooperação e solidariedade”.

Assim, concordaram em cooperar para evitar “medidas unilaterais que possam levar a uma escalada da situação”. Na ocasião, Irfaan Ali disse que a Guiana “tem todo o direito” de explorar “seu espaço soberano”, enquanto o governo de Maduro classificou o encontro como “respeitoso”.

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo