Essequibo é uma área que corresponde a 75% do território da Guiana, com 160 mil quilômetros quadrados. A disputa desse território voltou à tona nos últimos meses graças às descobertas de petróleo no pequeno país que tem fronteiras com Brasil, Venezuela e Suriname.
Por Redação, com BdF – de Caracas
A Venezuela realiza, neste domingo, um plebiscito popular para aprovar a reivindicação do território de Essequibo, na Guiana, pelo governo de Nicolás Maduro. O controle da região é disputado pelo governo de Caracas desde o século XIX.
Essequibo é uma área que corresponde a 75% do território da Guiana, com 160 mil quilômetros quadrados. A disputa desse território voltou à tona nos últimos meses graças às descobertas de petróleo no pequeno país que tem fronteiras com Brasil, Venezuela e Suriname.
Com a exploração das fontes de petróleo, a Guiana teve a maior taxa de crescimento econômico mundial em 2022, de 62,3%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Vitória do ‘Sim’
Das 7h às 19h deste domingo, os 20,6 milhões de venezuelanos aptos a votar nos 15,8 mil centros de votação espalhados pelo país terão de responder ‘sim’ ou ‘não’, na urna eletrônica, a cinco perguntas.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, os resultados devem ser divulgados entre 8 de dezembro e 6 de janeiro. A vitória do ‘Sim’, de acordo com analistas ouvidos pela mídia conservadora, está praticamente assegurada e por uma ampla margem, posto que a defesa da anexação de Essequibo é um dos poucos temas a unir governistas e opositores venezuelanos.
Na noite passada, a Corte Internacional de Justiça expediu às pressas uma decisão sobre um pedido feito pela Guiana, que solicitava ao tribunal que impedisse a realização do referendo. A corte não se manifestou sobre o referendo, mas disse, em sentença, que a Venezuela não poderia tomar nenhuma medida que modificasse “a situação que atualmente prevalece no território em disputa”.
Consequências
Neste sábado, logo pela manhã no entanto, o Governo da Venezuela rejeitou uma declaração da Secretaria-Geral da Comunidade do Caribe (Caricom), relacionada à decisão da Corte Internacional de Justiça sobre as “medidas provisórias incomuns solicitadas pelo Governo da Guiana, contra o referendo consultivo soberano e democrático”.
A preocupação com o resultado do referendo se dá por conta das suas possíveis consequências práticas. A criação do Estado venezuelano poderia implicar na perda, pela Guiana, de pouco mais de 70% do seu território.
Nessa semana, o Ministério da Defesa brasileiro informou que tem acompanhado a situação e que intensificou suas ações na “fronteira ao norte do país”, com um aumento da presença de militares na região.
Já o Ministério das Relações Exteriores pede que Venezuela e Guiana busquem uma solução pacífica para a controvérsia, que tem raízes históricas e decisões com base na política colonialista dos europeus.