Lula pede que Cuba e Venezuela sejam tratadas ‘com muito carinho’

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Publicado Segunda, 23 de Janeiro de 2023 às 13:33, por: CdB

Em relação a Cuba, o presidente deseja que o país caribenho volte a um “processo de normalidade”. Também defendeu o fim do bloqueio norte-americano, “que já dura mais de 60 anos sem nenhuma necessidade”. 

Por Redação, com agências internacionais - de Buenos Aires Presidente da República, o líder popular brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falando durante coletiva de imprensa ao lado de seu homólogo argentino, Alberto Fernández, disse que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) precisa tratar a Venezuela e Cuba com “muito carinho” e ajudar estas nações a resolver seus problemas. Lula chegou à capital argentina nesta manhã, onde acontece a reunião de cúpula da Celac.
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Os presidentes da Argentina, Alberto Fernández e do Brasil, Lula, cumprimentam-se na reunião da Celac
Ao alfinetar a Rússia dizendo ser contra a “ocupação territorial” da Ucrânia, o presidente Lula disse, “da mesma forma”, ser contrário “à ingerência no processo da Venezuela”, em uma crítica velada aos Estados Unidos. — Para resolver o problema da Venezuela, vamos resolver com diálogo, e não com bloqueio. Vamos resolver com diálogo, e não com ameaça de ocupação, ofensas pessoais — disse Lula. Respeito O presidente saiu em defesa do processo de restabelecimento de relações diplomáticas entre Brasília e Caracas. — Toda vez que se deve fazer alguma crítica a algum companheiro, ao invés de criticar, prefiro dar um conselho. A Venezuela vai voltar a ser tratada normalmente, como todos os países querem ser tratados. O que quero para o Brasil eu quero para a Venezuela, respeito à minha soberania e à autodeterminação do meu povo — acrescentou Lula. Em relação a Cuba, o presidente deseja que o país caribenho volte a um “processo de normalidade”. Também defendeu o fim do bloqueio norte-americano, “que já dura mais de 60 anos sem nenhuma necessidade”.  — Os cubanos não querem copiar o modelo do Brasil, não querem copiar o modelo (norte-)americano, querem fazer o modelo deles. E quem tem a ver com isso? — questionou. Desculpas Ainda no discurso na abertura da cúpula, o presidente Lula pediu desculpas ao presidente argentino pelos constantes ataques que o antecessor, Jair Bolsonaro, fazia ao país. — Peço desculpas ao povo argentino por todas as grosserias que o último presidente do Brasil, que eu trato de genocida pela falta de cuidado com a pandemia, por todas as ofensas contra o companheiro Fernández — disse Lula, sem citar Bolsonaro nominalmente, ao final do discurso. Segundo Lula, um país com as dimensões do Brasil não pode construir inimigos. O presidente também brincou dando "graças a Deus" que os turistas argentinos voltaram a Santa Catarina. Ele afirmou que espera que os argentinos “descubram” o Nordeste e seu estado, Pernambuco, para ampliar o turismo. Em outros momentos da fala, Lula garantiu reconstruir os elos enfraquecidos durante os últimos quatro anos. — Estou aqui para dizer ao presidente da Argentina, aos ministros da Argentina, à imprensa argentina e brasileira, que hoje é a retomada de uma relação que nunca deveria ter sido truncada — afirmou. Tentativa de golpe Já o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, destacou o papel do Brasil nos fóruns internacionais, destacadamente a Celac, reunido sob sua presidência. — É um bom momento para a volta do Brasil à Celac. É um país importante demais para ficar ausente de fóruns internacionais, como ocorreu com Bolsonaro. Foi muito forte não ver o país com a voz que sempre teve. Agora, começa para a Celac uma fase de integração regional em que o Brasil terá protagonismo — disse Fernandez, aos jornalistas. O presidente argentino também opinou sobre a tentativa de um golpe de Estado ocorrida no Brasil, no dia 8 de janeiro. — O que o Brasil viveu deve chamar a atenção do país e do continente. Lula resolveu o problema muito bem, convocando os outros dois Poderes e defendendo a institucionalidade do Brasil — observou, acrescentando em seguida que algo semelhante dificilmente ocorreria na Argentina, "porque temos Forças Armadas alinhadas à institucionalidade".
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