La Niña tende a refrescar o planeta, a partir do segundo semestre

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Publicado Sábado, 09 de Março de 2024 às 14:52, por: CdB

Provocada pelo resfriamento do Oceano Pacífico Tropical, a La Niña é o oposto do El Niño e deve refrescar grande parte do Brasil e do mundo. Com a mudança de fenômeno, são esperadas frentes frias mais intensas e prolongadas em todo país, na segunda metade do ano.


Por Redação, com ACSs - de Brasília

As altas temperaturas registradas ao longo deste verão tendem a cair a partir do segundo semestre do ano com a chegada do fenômeno La Niña. Nota técnica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgada neste sábado adianta a probabilidade de 55% na formação do La Niña, a partir de julho.

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Temperaturas subiram com retorno do padrão climático El Niño


Provocada pelo resfriamento do Oceano Pacífico Tropical, a La Niña é o oposto do El Niño e deve refrescar grande parte do Brasil e do mundo. Com a mudança de fenômeno, são esperadas frentes frias mais intensas e prolongadas em todo país, na segunda metade do ano.

“Apesar de atualmente o fenômeno [El Niño] estar classificado como forte, a intensidade do fenômeno deve mudar de moderada para fraca nos próximos meses com possibilidade de formação do La Niña no segundo semestre”, diz a nota do Inmet.

 

Ventos


El Niño e La Niña são nomes para padrões complexos de ventos e temperaturas no Oceano Pacífico. Os ventos no oceano podem ter três fases. A primeira é neutra, e eles sopram do leste para o oeste. Outra é o El Niño, onde eles desaceleraram ou até param. E, a terceira é a La Niña, onde sopram mais forte.

Dá para pensar no Oceano Pacífico, que cobre um terço da Terra, como uma banheira de água fria com um ventilador próximo das torneiras. Ao abrir a torneira de água quente por alguns poucos segundos e ligar o ventilador, a brisa jogará um jato de água quente para o fim da banheira. Nos anos "regulares", é assim que os ventos empurram o calor da América do Sul para a Ásia.

Mas, durante o El Niño, mudanças no calor e na pressão desligam o ventilador. A água quente permanece na região da torneira, acumulando mais água quente no meio da banheira - na realidade, no oceano e próximo da América do Sul. Isso impulsiona a evaporação e a formação de nuvens em locais que normalmente não são esperados.

 

Nuvens


Os efeitos do El Niño se estendem acima do Oceano Pacífico e pelo resto do mundo. Eles alteram as rotas das correntes de jato - ventos fortes muito acima do solo - que viajam pelo planeta guiados pelas chuvas.

Tanto o El Niño quanto a La Niña são fenômenos naturais. Os cientistas ainda não entendem completamente suas causas, mas sabem, pelos recifes de corais e pelos anéis das árvores, que eles sempre variaram. Há alguma evidência de que eles ficaram mais fortes - eventos mais fortes do El Niño foram registrados nas últimas poucas décadas -, mas não está claro se isso é apenas casual.

O IPCC descobriu que há "pouca confiança" de que o aquecimento global já tenha mudado os eventos do El Niño. Alguns modelos de computador mostram o fenômeno mais forte no futuro, enquanto outros o veem ficando mais fraco. Mas o IPCC também descobriu que os efeitos dos eventos extremos do El Niño e da La Niña provavelmente serão mais fortes à medida em que o planeta esquentar.

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