Jornalistas saem em defesa de repórteres assediados no OESP

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Publicado Quarta, 22 de Novembro de 2023 às 19:01, por: CdB

Em nota conjunta, divulgada nesta quarta-feira, as duas instituições afirmaram que o jornalismo deve ser exercido pelos profissionais dentro de parâmetros éticos e que os mesmos não podem ser obrigados a fabricar denúncias falsas, como ocorreu no episódio da 'dama do tráfico’.


Por Redação - de Brasília

Repórteres do diário conservador O Estado de S. Paulo (OESP) que denunciaram assédio moral por parte da editora de Política Andreza Matais, relataram agressões verbais, pressões por ataques contra desafetos e favorecimentos a amigos, receberam a solidariedade da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF).

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A Federação Nacional dos Jornalistas é a instituição que representa o setor, em todo o país


Em nota conjunta, divulgada nesta quarta-feira, as duas instituições afirmaram que o jornalismo deve ser exercido pelos profissionais dentro de parâmetros éticos e que os mesmos não podem ser obrigados a fabricar denúncias falsas, como ocorreu no episódio da 'dama do tráfico’.

"Não se deve fomentar, de forma irresponsável, ilações, sem qualquer comprovação, do envolvimento de membros do governo com grupos criminosos, reforçando absurdas teses de setores extremistas que tanto mal causaram à democracia brasileira", diz a nota.

 

Código de Ética


Na última semana, vieram à tona questionamentos sobre reportagens publicadas pelo jornal e as reações de integrantes do governo em relação à participação de uma pessoa indicada pelo Mecanismo de Combate à Tortura do Amazonas em reuniões nos ministérios da Justiça (MJSP) e Direitos Humanos (MDHC), bem como no Congresso e Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Diante desse quadro, o trabalho da imprensa numa democracia não pode sofrer impedimentos de caráter censório, mas a divulgação da informação precisa, correta, verdadeira e ética é uma responsabilidade essencial dos jornalistas, que desenvolvem um trabalho social, como preconiza o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros”, acrescenta a nota conjunta.

Ainda segundo as instituições representativas dos jornalistas, “é absolutamente natural que, num ambiente democrático, o trabalho dos jornalistas possa, sim, ser alvo do escrutínio público e receber críticas que ajudem esclarecer enquadramentos e corrigir equívocos, como um processo de aperfeiçoamento do próprio ofício e em nome da necessária pluralidade na esfera pública”.

 

Integridade


“Nesse sentido, avaliamos que a cobertura jornalística deve sempre se pautar por diversidade de fontes e devida contextualização dos fatos. Não se deve fomentar, de forma irresponsável, ilações, sem qualquer comprovação, do envolvimento de membros do governo com grupos criminosos, reforçando absurdas teses de setores extremistas que tanto mal causaram à democracia brasileira.

“Essas críticas não podem se confundir com perseguições. Estas últimas, sim, absolutamente repudiáveis. Por isso, não aceitaremos agressões contra jornalistas, seja por parte de entes estatais, autoridade ou personalidade pública. Repudiamos também ações massivas na internet que ataquem a integridade moral de jornalistas no exercício da profissão.

 

Violações


“Falta de controle de jornadas extenuantes e não pagamento de horas extras são algumas das violações principais que as entidades têm denunciado e combatido há anos. E seguiremos vigilantes sobre quaisquer situações que configurem assédio moral individual ou coletivo na sucursal do jornal em Brasília.

“Por fim, informamos que quaisquer violações éticas podem ser denunciadas às respectivas Comissões de Ética dos Sindicatos e da Fenaj, que apuram e julgam as denúncias de transgressão ao Código de Ética dos Jornalistas, cometida por jornalista na jurisdição de entidade sindical”, encerra a nota.

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