Publicado Terça, 19 de Janeiro de 2021 às 08:16, por: CdB
Revogação da restrição por Trump deveria valer a partir da semana que vem, mas equipe do futuro presidente diz logo em seguida que vai cancelar decisão. Passageiros procedentes da Europa também são afetados.
Por Redação, com DW - de Washington
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira que vai manter as restrições de entrada no país para viajantes não norte-americanos procedentes do Brasil e de grande parte da Europa, pouco depois de o presidente Donald Trump revogá-las.
Restrição para passageiros vindos do exterior foi imposta no início do ano passado
As medidas estão em vigor desde o início do ano passado devido à pandemia do novo coronavírus. A decisão de suspender as restrições havia sido anunciada pouco antes por Trump e entraria em vigor em 26 de janeiro. Biden assume no dia 20.
– Sob conselho de nossa equipe médica, o governo Biden não planeja revogar essas restrições em 26 de janeiro. Na verdade, planejamos reforçar as medidas de saúde pública em viagens internacionais para mitigar ainda mais a disseminação da covid-19 – disse a porta-voz de Biden, Jen Psaki.
Ela argumentou que, com a pandemia se agravando, e com variantes mais contagiosas surgindo ao redor do mundo, este não seria o melhor momento para suspender as restrições às viagens internacionais.
Teste negativo de covid-19
A restrição para passageiros com embarque no espaço Schengen (que engloba vários países europeus), no Reino Unido e na Irlanda foi imposta pelos EUA em março do ano passado, e a para passageiros procedentes do Brasil, em maio.
A regra determinou que somente norte-americanos ou estrangeiros com residência permanente nos Estados Unidos que tivessem estado em algum dos locais afetados pela restrições nos 14 dias anteriores podiam entrar no país.
A data escolhida por Trump, 26 de janeiro, coincide com a entrada em vigor da exigência de um teste negativo de covid-19 para todos os passageiros aéreos internacionais, incluindo cidadãos norte-americanos, com destino aos Estados Unidos, anunciada pelos Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
"Essa medida [teste] é o melhor caminho para continuar protegendo os norte-americanos da covid-19 e, ao mesmo tempo, permitir uma retomada segura do tráfego aéreo", comunicou a Casa Branca, ao justificar o fim das restrições.
Além de anunciar a suspensão das restrições para alguns países, Trump decidiu também manter a medida para passageiros vindos da China e do Irã por esses países "falharem em cooperar com as autoridades de saúde pública dos EUA e em compartilhar informações oportunas e precisas sobre a propagação do vírus".
Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, com mais de 24 milhões de contágios e quase 400 mil mortes por covid-19, de acordo com a contagem independente da Universidade Johns Hopkins. O combate à pandemia de covid-19 é uma das principais promessas de campanha de Biden.