Itália prende mafioso da 'ndrangheta procurado desde 2019

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Publicado Quinta, 27 de Abril de 2023 às 14:58, por: CdB

O italiano era o único dos acusados ainda foragido depois de uma megaoperação contra núcleos da máfia 'ndrangheta, da Calábria, realizada em 19 de dezembro de 2019, que levou 334 pessoas para a prisão.


Por Redação, com ANSA - de Roma


Os carabineiros italianos prenderam o mafioso Pasquale Bonavota, 49 anos, em frente à igreja de São Lorenzo, em Gênova, nesta quinta-feira.




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Os carabineiros italianos prenderam o mafioso Pasquale Bonavota, 49 anos

Membro da máfia 'ndrangheta, o italiano é acusado de associação mafiosa como um "promotor" do clã de Sant'Onofrio e era procurado desde 2019.


Bonavota estava na lista de fugitivos de máxima periculosidade e fazia parte do "programa especial de buscas" do Ministério do Interior.


O italiano era o único dos acusados ainda foragido depois de uma megaoperação contra núcleos da máfia 'ndrangheta, da Calábria, realizada em 19 de dezembro de 2019, que levou 334 pessoas para a prisão. A operação, chamada de "Renascimento-Scott", foi liderada pelo Comando Provincial de Vibo Valentia, na província de Catanzaro, o mesmo que atuou nesta quinta para prender o mafioso ao lado dos policiais de Gênova.


– Um resultado importante, fruto de anos de colaboração. Essa investigação mostra como as interceptações são indispensáveis porque sem elas não teríamos capturado o chefe Pasqualo Bonavota – disse o procurador de Catanzaro, Nicola Gratteri.



Caso 'Estado-máfia' na Itália termina sem condenados


Terminou sem condenados o processo na Itália sobre supostas relações entre o Estado e a máfia, caso que mobilizou o país nos últimos anos por envolver políticos, militares e membros da Cosa Nostra.


Em sentença emitida nesta quinta-feira, a Suprema Corte italiana absolveu quatro réus: o ex-senador Marcello Dell'Utri, amigo do ex-premiê Silvio Berlusconi, e os ex-investigadores da Arma dos Carabineiros Mario Mori, Antonio Subranni e Giuseppe De Donno.


– Estou parcialmente satisfeito, considerando que estive sob processo por 20 anos. Conheço meu trabalho, sei que não fiz nada de errado – disse Mori.


Além disso, o tribunal declarou prescritas as acusações contra o ex-líder mafioso Leoluca Bagarella e o médico Antonino Cinà, tido como próximo ao "poderoso chefão" da Cosa Nostra, Salvatore "Totò" Riina (1930-2017).


Os dois haviam sido condenados em segunda instância a 27 e 12 anos de prisão, respectivamente.


O processo investigou as supostas negociações entre o poder público e a Cosa Nostra para interromper a temporada de atentados terroristas nas principais cidades da Itália na primeira metade da década de 1990.


Entre os ataques mais infames cometidos naquele período estão os que vitimaram os juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, ambos na Sicília, em 1992.


A tese da acusação, refutada pela Justiça, era que políticos e policiais teriam oferecido relaxamento no regime prisional de mafiosos em troca do fim dos atentados.



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