Israel prepara aplicação da quarta dose de reforço

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Publicado Quarta, 22 de Dezembro de 2021 às 08:20, por: CdB

O hospital Soroka, na cidade de Beersheba, confirmou a primeira morte devido à variante Ômicron no país. Um homem de 60 anos, com uma série de doenças graves pré-existentes, morreu duas semanas após ter sido admitido na área destinada ao tratamento de coronavírus.

Por Redação, com DW - de Jerusalém

Pioneiro na aplicação da dose de reforço, a terceira no processo de vacinação contra a covid-19, Israel agora prepara-se para aplicar a quarta dose em pessoas acima de 60 anos e também em trabalhadores da área da saúde. O anúncio, feito na terça-feira durante uma conferência do Ministério da Saúde israelense, foi saudado pelo primeiro-ministro Naftali Bennett.
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País confirmou primeira morte pela variante Ômicron
– Essa é uma ótima notícia que vai nos ajudar a superar a onda proporcionada pela variante Ômicron, que está se espalhando pelo mundo – disse Bennett. Também na terça, o hospital Soroka, na cidade de Beersheba, confirmou a primeira morte devido à variante Ômicron no país. Um homem de 60 anos, com uma série de doenças graves pré-existentes, morreu duas semanas após ter sido admitido na área destinada ao tratamento de coronavírus. Segundo nota divulgada pelo hospital, "a morbidade decorreu principalmente de doenças anteriores e não de infecções respiratórias decorrentes do coronavírus”. Conforme cientistas israelenses, o número de anticorpos após somente uma dose de reforço diminui com o tempo, em processo semelhante ao que ocorre depois da segunda dose. "A diminuição de anticorpos após uma vacinação é um processo natural”, afirma o professor da Universidade de Tel Aviv, Ejal Leschem, especialista em doenças infecciosas. A ideia, agora, é estudar o número de pessoas vacinadas que poderá adoecer, e os efeitos e consequências, devido à variante ômicron. Outra questão é sobre o intervalo entre as doses. Segundo Leschem, um período mais longo costuma ser melhor, mas, tendo em vista a nova onda trazida pela ômicron, uma redução de seis para três meses entre a segunda e a terceira dose é justificável. O professor também afirmou que foram observados menos efeitos colaterais na terceira dose em comparação à segunda. Isso se aplica a problemas usuais, como febre, dor de cabeça, fadiga e dor no braço, além de miocardite, que é extremamente rara. – Não é incomum administrar quatro doses vacinais no período de um ano – disse o especialista, referindo-se ao número de aplicações feitas em crianças em seu primeiro ano de vida, em Israel, contra a poliomielite (paralisia infantil).

Biden diz que EUA estão preparados

Além de pioneiro na vacinação, Israel também foi o primeiro país a reimpor duras restrições de viagens à população. Novas leis restringem deslocamentos a mais de 50 países, considerados de alto risco. Entre eles, os Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden fez um pronunciamento na terça-feira no qual disse que o país está preparado para enfrentar a onda causada pela variante Ômicron. Biden anunciou uma série de novas medidas, entre elas o envio de 500 milhões de testes gratuitos para as casas dos norte-americanos. "Todos devemos nos preocupar com a ômicron, mas não entrar em pânico", disse o presidente americano, que destacou militares para hospitais e uma ajuda de US$ 580 milhões a organizações internacionais no combate ao coronavírus. Ainda que até o momento a Ômicron tenha dado indícios de que é menos severa do que outras variantes, a capacidade de contágio parece ser maior. Na semana passada, a nova variante foi responsável por 73,2% dos novos casos de covid-19 entre os norte-americanos. Biden também reforçou que a campanha de imunização nos Estados Unidos, que têm 62% da população totalmente vacinada, vai ajudar a prevenir casos mais severos da doença. E repreendeu os não vacinados ao dizer que eles não cumprem seu "dever patriótico”: "Há alguns dias, o ex-presidente (Donald) Trump disse que tomou a dose de reforço, talvez uma das poucas coisas com as quais concordamos”.

Europa cancela festas e impõe restrições

A preocupação com a nova variante Ômicron tem feito com que as autoridades europeias reforcem as medidas restritivas e, assim, cancelem festas e eventos tradicionais desta época do ano. Desde que surgiu, em novembro, a ômicron já foi detectada em 38 dos 53 países cobertos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa, tornando-se dominante em nações como Portugal e Reino Unido. Na França, as celebrações de Réveillon foram canceladas. Na Alemanha, festas particulares podem ocorrer com a presença de apenas 10 pessoas, enquanto as danceterias e grandes eventos, como jogos de futebol, seguirão sem público. A Holanda impôs confinamento desde o último final de semana e que deve durar ao menos até 14 de janeiro. Na Dinamarca, o governo anunciou na terça-feira que a variante ômicron tem se tornado dominante no país. Na Finlândia, os bares terão de fechar às 21h na noite de Natal, e a venda de álcool terá um maior controle a partir de 28 de dezembro. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um apelo para que as nações redobrem os esforços para combater e terminar com a pandemia. Ele pediu que os eventos de Réveillon sejam cancelados, considerando que é melhor "celebrar mais tarde do que celebrar agora e lamentar mais tarde”. Ao anunciar novas medidas restritivas na Alemanha, nesta quarta-feira, o chanceler Olaf Scholz disse que "este não é o momento para festas e noites aconchegantes com muita gente".

Vacinas e pílulas para combater a pandemia

Aprovada na segunda-feira pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), a Novavax foi recomendada pela OMS como terceira dose para pessoas imunodeficientes. Especialistas do Grupo Estratégico em Imunização (SAGE) publicaram na terça uma série de recomendações, incluindo o uso da vacina em pessoas com comorbidades, além de portadores do vírus HIV e mães que estejam amamentando. Nos Estados Unidos, a Agência de Administração de Drogas e Alimentos (FDA), pode autorizar pílulas produzidas pelas empresas Pfizer e Merck para o tratamento de covid-19. As drogas, que seriam ingeridas no início dos sintomas, são vistas como promissoras em tratamentos por via oral. No Reino Unido, a AstraZeneca informou que trabalha com a Universidade de Oxford para produzir uma vacina específica contra a variante Ômicron. Por outro lado, a EMA declarou que ainda é cedo para confirmar se as empresas precisam trabalhar em novas vacinas para combater a ômicron. "Ainda não há resposta se é necessária uma vacina adaptada, com uma composição diferente", disse a diretora-executiva da agência, Emer Cooke.
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