, Egito (Reuters) - Líderes israelenses e palestinos anunciaram no Egito, na terça-feira, o fim formal de mais de quatro anos de derramamento de sangue.
O presidente palestino Mahmoud Abbas disse que acordou com o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon o fim de toda a violência. Sharon declarou o fim da atividade militar. Os anúncios foram feitos na reunião de Sharm el Sheikh, vista como passo decisivo no sentido de retomada das negociações de paz.
- Acordamos com o primeiro-ministro Ariel Sharon o fim de todos os atos de violência contra israelenses e palestinos, estejam onde estiverem - disse Abbas no resort turístico de Sharm el Sheikh, às margens do Mar Vermelho.
- A calma que vai prevalecer em nossas terras a partir de hoje constitui o início de uma nova era.
Sharon disse:
- Pela primeira vez em muito tempo há esperança em nossa região de um futuro melhor para nós e para nossos netos.
Foi o encontro de mais alto nível entre os dois lados desde o início do levante palestino, em 2000, após o fracasso das conversações de paz.
Os dois lados não assinaram um acordo formal de cessar-fogo, e Israel destacou que estava tratando apenas com a Autoridade Palestina de Mahmoud Abbas, não com os militantes responsáveis pelos ataques.
O anfitrião do encontro, o presidente egípcio Hosni Mubarak, e o rei Abdullah, da Jordânia, somaram seu peso a uma cúpula que pode preparar o terreno para a retomada do "mapa do caminho", apoiado pelos EUA, em direção à criação de um Estado palestino lado a lado com Israel com garantias de segurança.
Os Estados Unidos vêm destacando seu novo compromisso com a proposta de buscar a paz desde a morte do líder ícone Yasser Arafat, a quem Washington e Israel viam como obstáculo à paz.
Dúvidas em relação a grupos militantes
Apesar dos anúncios, porém, restam dúvidas quanto à adesão dos grupos militantes responsáveis por ataques suicidas e outros, emboras eles tenham concordado com uma trégua "de fato".
- Não faz sentido falar em trégua neste momento - disse Hassan Youssef, do Hamas, à televisão Al Jazeera.
- Não vimos qualquer pressão séria do lado israelense para tomar medidas concretas que comprovem sua seriedade.
As facções dizem que a promessa israelense de libertar 900 dos 8.000 prisioneiros palestinos, retirar suas tropas e pôr fim aos assassinatos políticos não são o suficiente.
Embora Abbas queira cooptar os militantes em lugar de refrear sua ação pela força, autoridades israelenses disseram querer que os grupos sejam desfeitos e sugeriram que até o fato de os grupos continuarem a construir foguetes pode ser visto como violação do cessar-fogo.
Rio de Janeiro, Segunda, 29 de Abril de 2024
Israel e palestinos declaram fim da violência
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Publicado Terça, 08 de Fevereiro de 2005 às 12:26, por: CdB
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