Isolamento de Israel cresce no mundo após bombardeios a Gaza

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Publicado Quinta, 02 de Novembro de 2023 às 16:27, por: CdB

Ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Arman Safadi notificou o Ministério das Relações Exteriores de Israel que não deve enviar de volta o embaixador israelense para Amã, que saiu devido a precauções de segurança no início da guerra.


Por Redação, com agências internacionais - da ONU - NY-EUA

Principal aliado de Israel no Oriente Médio, o governo da Jordânia lidera, hoje, o grupo de países que agravaram as relações diplomáticas com Tel Aviv e não para de crescer. A retirada do embaixador em Tel Aviv, em protesto pelos ataques contra Gaza, que vitimaram mais de 8 mil pessoas, entre elas 3 mil crianças, foi concretizado nesta quinta-feira.

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Chanceler jordaniano, o diplomata Arman Safadi chamou o embaixador em Tel Aviv para explicações


Ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Arman Safadi notificou o Ministério das Relações Exteriores de Israel que não deve enviar de volta o embaixador israelense para Amã, que saiu devido a precauções de segurança no início da guerra. Safadi diz que isso deve permanecer em vigor até o fim da guerra e da crise humanitária em Gaza.

No meio diplomático, convocar um embaixador para consulta não significa um rompimento de relações, mas é um gesto grave que é frequentemente utilizado para manifestar incômodo ou descontentamento com algum país estrangeiro. O Itamaraty ainda não se pronunciou se deverá adotar medida semelhante, após a retirada dos cidadãos brasileiros encerrados na Faixa de Gaza.

 

Rompimento


A Bolívia foi o primeiro país a convocar o embaixador israelense na tarde de terça-feira e, horas depois, Chile e da Colômbia anunciaram medidas semelhantes ao convocar seus representantes para consultas.  As decisões foram comunicadas pelos presidentes colombiano, Gustavo Petro, e chileno, Gabriel Boric, tão logo o governo da Bolívia anunciou o rompimento total de relações diplomáticas com o Estado israelense.

"Decidi convocar para consultas nossa embaixadora em Israel. Se Israel não interrompe o massacre do povo palestino, não podemos estar lá", escreveu Petro em suas redes sociais. Essa foi a medida de maior amplitude tomada pelo presidente colombiano desde que ameaçou romper relações com Israel no dia 15 de outubro, após o governo israelense convocar a embaixadora em Bogotá, em desagravo às declarações de Petro solidárias à Palestina.

Na ocasião, o presidente colombiano havia afirmado que seu governo não apoiaria "o genocídio cometido por Israel" na Faixa de Gaza e acrescentou que "se tivermos que suspender relações exteriores com Israel, suspenderemos”.

 

Vítimas civis


Já o presidente chileno afirmou nesta terça-feira que as ações militares israelenses em Gaza são "inaceitáveis violações do Direito Internacional Humanitário" e apelou ao "término imediato das hostilidades".

— O Chile condena energicamente e observa com grande preocupação em tais operações militares - que a esta altura são um castigo coletivo para a população civil palestina em Gaza - não respeitam normas fundamentais do Direito Internacional, como demonstram as mais de 8 mil vítimas civis, em sua maioria mulheres e crianças — protestou Boric.

Bolívia, Colômbia e Chile tornam-se os países sul-americanos que mais escalaram o tom diplomático em rechaço às últimas ações militares de Israel contra Gaza, que começaram no dia 7 de outubro. Também no continente, a Venezuela vem condenando duramente os ataques israelenses, classificando as ações como "um genocídio" e organizando marchas em apoio à causa Palestina. Caracas já havia rompido relações com Israel desde 2009, durante o governo do ex-presidente Hugo Chávez.

 

Guerra


Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também elevou o tom em relação ao conflito ao classificar a guerra como “genocídio".

— É muito grave o que está acontecendo neste momento no Oriente Médio. Não se trata de ficar discutindo quem está certo ou errado, quem deu o primeiro tiro, ou o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças, que não tem nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra — disse Lula, na terça-feira.

Pelas redes sociais, o presidente Lula tem se manifestado contra os constantes bombardeios à Gaza que já deixaram mais de 3 mil crianças mortas.

"Estamos vendo, pela primeira vez, uma guerra em que a maioria dos mortos são crianças. Ninguém assume a responsabilidade e nem conseguimos fazer uma carta da ONU convencendo o cessar-fogo. Parem! Pelo amor de Deus, parem!", pediu o presidente.

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