“Infelizmente, a pandemia não terminou”, afirma chanceler alemão

Arquivado em:
Publicado Sábado, 01 de Janeiro de 2022 às 13:33, por: CdB

Em julho, a Alemanha enfrentou o seu pior desastre natural em décadas. As enchentes, que atingiram especialmente o leste do país, deixaram quase 200 mortos e devastaram vilarejos inteiros. A pandemia também tem se agravado no país, com movimentos antivacina cada vez mais violentos.

Por Redação - de Berlim
Em sua primeira mensagem de Ano Novo aos alemães, o novo chanceler federal Olaf Scholz lembrou as devastadoras enchentes que atingiram o país em julho, agradeceu aos cidadãos pelos sacrifícios em tempos de pandemia, saudou o avanço da vacinação e lembrou que, infelizmente, a crise sanitária ainda não chegou ao fim.
Olaf-Scholz.jpg
Olaf Scholz é importante que a Alemanha seja capaze de combater uma tendência econômica negativa
— O ano de 2021 foi muito desafiador para todos nós. A pandemia com seus fardos e profundas restrições nos pressionou até os ossos. E ninguém vai esquecer as inundações devastadoras nos estados da Renânia do Norte-Vestfália, Baviera e Renânia-Palatinado tão cedo. Por pior que os dois episódios tenham sido, nossa resposta também inclui uma boa notícia: como sociedade, nós, na Alemanha, aceitamos esses desafios com firmeza — disse o chanceler. Em julho, a Alemanha enfrentou o seu pior desastre natural em décadas. As enchentes, que atingiram especialmente o leste do país, deixaram quase 200 mortos e devastaram vilarejos inteiros. — Depois da enchente, todos nós lutamos juntos. Juntos, ajudamos, limpamos e começamos a reconstruir. E teremos que fazer isso por muito tempo. E na luta contra a pandemia, mais de 60 milhões de pessoas em nosso país já foram vacinadas - e esse número está aumentando a cada dia — acrescentou.

Transição suave

Scholz tomou posse como novo chanceler federal da Alemanha em 8 de dezembro, encerrando os 16 anos de liderança de Angela Merkel. Sua legenda, o Partido Social-Democrata (SPD) foi a mais votada nas eleições de setembro, recebendo 25,7% da preferência do eleitorado. Além do SPD, a nova coalizão de governo liderada por Scholz conta com o com o Partido Verde e o Partido Liberal Democrático (FDP). Scholz abriu sua mensagem de Ano Novo classificando a passagem de governo entre setembro e dezembro como uma "transição suave". Esta também foi a primeira mensagem de Ano Novo em mais de uma década e meia que não foi gravada por Merkel. — A transição suave, por vezes amigável, do antigo governo federal para o novo foi encarada com grande aprovação em todo o mundo. É um bom sinal da força da nossa sociedade — disse o social-democrata Scholz.

Vacinação

Com exceção do discurso de Ano Novo, é raro que um chanceler federal faça pronunciamentos em cadeia nacional na Alemanha. Tradicionalmente, a mensagem de Ano Novo é transmitida no horário nobre da televisão alemã e costuma registrar uma audiência expressiva. No Natal, cabe ao presidente da Alemanha fazer o discurso. Neste ano, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, usou um tom similar ao de Scholz. — Raras vezes nosso país foi tão desafiado — afirmou. Em sua fala, Scholz também rejeitou a ideia de que a Alemanha esteja de alguma forma dividida no enfrentamento das crises. — Gostaria de dizer aqui com toda a clareza: o oposto é verdadeiro! Nosso país está unido — afirmou, evitando mencionar que várias cidades alemãs têm sido palco de protestos - alguns deles violentos - contra a vacinação e medidas de restrição.

Contradições

Em todos os lugares “é uma enorme solidariedade, uma enorme vontade de ajudar", continuou, fazendo um agradecimento direcionado a funcionários de "hospitais, postos de enfermagem, consultórios médicos ou centros de vacinação" e membros da polícia e das Forças Armadas. — Claro, também experimentamos diferentes opiniões e avaliações em nossa interação diária. Especialmente no assunto da pandemia. Isso costuma ser exaustivo. Mas uma comunidade forte pode resistir a contradições - se ouvirmos uns aos outros. E se tivermos respeito um pelo outro — ponderou. Na sequência, Scholz lembrou que a crise sanitária não chegou ao fim e alertou os habitantes do país para que mantenham os cuidados em relação ao coronavírus, — Uma coisa é clara para todos nós: a pandemia não acabou. Infelizmente. Após os últimos 21 meses, desejamos muito isso. A grande festa de Réveillon tem de ser cancelada novamente esta noite. (...) Estamos fazendo isso para impedir que o vírus se espalhe. E para evitar colocar pressão adicional em nossos hospitais. Apoiamos assim o trabalho das enfermeiras, dos médicos, que também estarão de serviço esta noite — homenageou Scholz.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo