Índia impõe sanções contra o Paquistão

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Publicado Quinta, 27 de Dezembro de 2001 às 15:06, por: CdB

O governo da Índia anunciou um pacote de sanções contra o Paquistão, num momento em que cresce a pressão internacional para que os dois países reduzam a tensão na fronteira. As sanções incluem uma proibição de vôos da companhia nacional paquistanesa (PIA) em espaço aéreo indiano a partir de 1º de janeiro, e a redução de pessoal diplomático na representação indiana na capital paquistanesa, Islamabad. A Índia também quer a redução do número de diplomatas paquistaneses em Nova Délhi, além de estarem circulando notícias de que os diplomatas também serão proibidos de se movimentar pelo território indiano, enquanto o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão anunciou que pretende proibir que os aviões indianos sobrevoem o país. As sanções teriam o objetivo de forçar o Paquistão a agir contra grupos militantes, acusados de terem planejado o ataque ao Parlamento indiano, duas semanas atrás. A tensão entre os dois países do sul da Ásia - ambos potências nucleares - aumentou dramaticamente desde o ataque ao Parlamento em Nova Délhi. Apesar das acusações da Índia, Islamabad nega qualquer envolvimento do seu serviço de inteligência na operação. Os dois países já travaram três guerras desde a independência em 1947 e a comunidade está preocupada com a possibilidade de um novo conflito, já que confrontos esporádicos têm sido registrados ao longo da fronteira, em meio a uma grande movimentação de tropas, incluindo o posicionamento de mísseis. China, Bangladesh e o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pediram aos dois países que reduzam a tensão na região. Na quarta-feira, o secretário de Estado americano, Colin Powell, fez o mesmo em telefonemas para o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, e para o ministro das Relações Exteriores indiano, Jaswant Singh. "É extremamente importante que diminuam as tensões entre Índia e Paquistão", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Phillip Reeker. O esforço diplomático ocorre depois que Washington decidiu colocar os dois grupos acusados pela Índia de ter planejado o ataque ao Parlamento em sua lista de organizações terroristas. A medida congela os recursos do Lashkar-e-Taiba e do Jaish-e-Mohammad nos Estados Unidos, sendo que a decisão americana colocou ainda mais pressão sobre Islamabad para que tome medidas contra as duas organizações.

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