Os ministros das Relações Exteriores da Índia e do Paquistão disseram nesta segunda-feira que fizeram progresso modesto nas negociações para reativar o cambaleante processo de paz, mas os dois países não mostraram sinais de solução das diferenças sobre a Caxemira.
Em entrevista coletiva conjunta em Nova Délhi, os ministros Natwar Singh (Índia) e Khursheed Mehmood Kasuri (Paquistão) tentaram dar um toque positivo aos dois dias de encontros, mas não resistiram e se provocaram.
Os dois não tinham acordos significativos para anunciar e revelaram diferenças claras que se transformaram em recriminações mútuas sobre o passado da disputada região da Caxemira.
- Até mesmo progresso modesto vale ser respeitado - disse Singh. Fizemos progresso nos últimos dois dias. Meu amigo, ministro do Exterior Kasuri e eu estabelecemos contato e confiança mútua -
A Índia afirma que o Paquistão renegou a promessa feita em janeiro de prevenir a entrada de militantes a partir do seu território para a Caxemira indiana, e de fechar os campos de treinamento em solo paquistanês.
- O terrorismo através da fronteira continua sendo uma séria preocupação, e eu reiterei esta preocupação ao senhor Kasuri - disse.
Kasuri revelou ter reiterado as alegações do Paquistão sobre abusos contra os direitos humanos pelo Exército indiano na Caxemira e ressaltou que a disputa não pode ser deixada de lado. O Paquistão teme que a Índia, que controla o coração da Caxemira, não queira dialogar seriamente sobre aquela região.
- Todos sabemos qual é a causa da tensão perpétua entre os dois países e o que causou três guerras entre nós e quase outra em 2002. E é o tema de Jammu e Caxemira. Não estamos impondo pré-condições. Mas é uma questão de senso comum, é uma questão de experiência histórica, que se queremos melhorar as relações teremos que lidar com o tema de Jammu e Caxemira - ressaltou.