O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, convocou na quinta-feira, um dia antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, uma cúpula de quatro países que se manifestam a favor da ampliação do Conselho de Segurança do organismo.
Os quatro países convidados pela Índia são (além da própria Índia) a Alemanha, o Brasil e o Japão. O nível de representação é o maior possível: Narendra Modi, chanceler alemã Angela Merkel, presidenta brasileira Dilma Rousseff e premiê japonês Shinzo Abe.
Segundo se saiba no momento, a reunião foi dedicada à reforma do Conselho de Segurança da ONU, anunciada pela Assembleia Geral em 14 de setembro.
O encontro reúne estes quatro Estados pela primeira vez em 10 anos e umas semanas depois da carta à ONU, citada pelo jornal Hindustani Times, em que o premiê indiano sublinhou que “a relevância e a eficiência (da ONU) dependerá em larga medida da reforma interna das Nações Unidas, especialmente do seu Conselho de Segurança”.
A ONU planeja começar as negociações sobre o assunto em novembro do ano em curso.
Já está na hora
A equipe de reportagemda agência russa de notícias Sputnik contatou Boris Volkhonsky, vice-chefe do Centro de Estudos da Ásia e Oriente Médio do Instituto Russo de Pesquisas Estratégicas. Volkhonsky sublinhou que a estrutura atual da Organização das Nações Unidas precisa, sim, de reformas:
– A estrutura atual, que inclui cinco membros permanentes (e cada um deles sendo uma potência nuclear) e que apareceu depois da Segunda Guerra Mundial, não reflete as mudanças que ocorreram nestes anos. Cresceu consideravelmente o papel dos países que, nos aos da formação do Conselho de Segurança, eram ‘invisíveis’ ou tinham perdido a Segunda Guerra Mundial.
Para o pesquisador, o principal problema que os participantes da iniciativa enfrentarão serão o problema do veto. Se o Conselho de Segurança estiver com nove membros permanentes, todos com direito de veto, seria difícil aprovar decisões, já que “um dos nove países com muita probabilidade iria usar o seu direito de vetar algum projeto”, doz Volkhonsky.
As relações entre a China e o Japão são outro obstáculo à ampliação do Conselho. É muito provável que Pequim não aceite Tóquio no organismo.
Segundo o pesquisador, o processo de coordenação e preparação do projeto final de ampliação do Conselho de Segurança pode levar até três anos.
A 70ª Assembleia Geral da ONU começa na próxima segunda-feira com o discurso da presidenta do Brasil.