Ícone antirracismo se inspira no Brasil para enfrentar neonazista

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Publicado Sábado, 25 de Fevereiro de 2023 às 15:16, por: CdB

Ba Recebeu apoios e trocou experiências que pretende levar para Portugal, onde, em abril, será julgado por calúnia e difamação contra Mário Machado, ex-dirigente de uma organização neonazista e supremacista branca.


Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro

Um dos mais respeitados ativistas contra o racismo, no mundo, passou o carnaval no Brasil para conhecer as raízes culturais e políticas afrobrasileiras. O luso senegalês Mamadou Ba reuniu-se, neste sábado, com líderes do movimento negro.

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O ativista Mamadou Ba enfrenta um julgamento, em Portugal, por ofensa a um neonazista


Ba Recebeu apoios e trocou experiências que pretende levar para Portugal, onde, em abril, será julgado por calúnia e difamação contra Mário Machado, ex-dirigente de uma organização neonazista e supremacista branca. Na véspera, Mamadou Ba fez uma visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Ele caminhou pela comunidade ao lado da ativista Camila Santos, uma das fundadoras do coletivo Mulheres em Ação no Alemão. Os dois receberam, em 2021, o prêmio Front Line Defenders, concedido a defensores dos direitos humanos que se destacam internacionalmente.

Colonialismo


O ativista, em conversa com jornalistas, apontou semelhanças entre o racismo estruturante vigente em Portugal e o racismo existente no Brasil. Em comum, a violência do Estado e a discriminação no acesso aos direitos universais básicos, como habitação, saúde e emprego.

— Quando a polícia mata as pessoas de forma indiscriminada, sistemática e sem que isso resulte em nenhuma consequência, tanto para a polícia como para a opinião pública, quer dizer que o racismo estrutural existe no país. Nós encontramos essas semelhanças em todos os países onde houve um processo colonial. O Brasil não escapa disso. O Brasil é resultado da violência colonial, do trajeto colonial — destacou o fundador da associação portuguesa SOS Racismo.

Na avaliação do ativista, o nível de assassinato de jovens negros no Brasil é absolutamente exponencial. Para ele, o fato de esses assassinatos não suscitarem comoção ou desconforto ético evidencia que a sociedade está anestesiada em relação à violência racial.

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