IA generativa propaga preconceitos sexistas, alerta Unesco

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Publicado Quinta, 07 de Março de 2024 às 10:05, por: CdB

Os modelos GPT 2 e GPT 3.5 da OpenAI, este último incorporado à versão gratuita do ChatGPT, assim como o Llama 2, do seu concorrente Meta, revelam “provas inequívocas de preconceito contra as mulheres”, indicou a agência da ONU em comunicado.

Por Redação, com CartaCapital - de Nova York

Os modelos de linguagem grande da Meta e da OpenAI, que servem de base para suas ferramentas de inteligência artificial generativa, propagam preconceitos sexistas, alerta um estudo publicado pela Unesco nesta quinta-feira, um dia antes do Dia Internacional da Mulher.

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Nas equipes que trabalham com inteligência artificial, a nível mundial, apenas 22% são mulheres, segundo números do Fórum Econômico Mundial

Os modelos GPT 2 e GPT 3.5 da OpenAI, este último incorporado à versão gratuita do ChatGPT, assim como o Llama 2, do seu concorrente Meta, revelam “provas inequívocas de preconceito contra as mulheres”, indicou a agência da ONU em comunicado.

– As discriminações do mundo real refletem-se na esfera digital e também são amplificadas nestas ferramentas – destacou Tawfik Jelassi, vice-diretor-geral da Unesco para a comunicação e informação.

Nomes femininos

Segundo o estudo, realizado de agosto de 2023 a março de 2024, os nomes femininos nesses modelos de linguagem estão mais associados a palavras como “casa”, “família” e “filhos” e os nomes masculinos, a “comércio”, “salário” e “carreira”.

Os pesquisadores pediram a essas interfaces que produzissem histórias sobre pessoas de diferentes origens e gêneros. Os resultados mostraram que as histórias sobre “pessoas de culturas minoritárias são frequentemente repetitivas e baseadas em estereótipos”.

E assim, o homem inglês foi repetidamente apresentado como professor, motorista ou bancário enquanto a mulher inglesa, em quase um terço dos textos gerados, apareceu como prostituta, modelo ou garçonete.

Estas empresas “não conseguem representar todos os seus usuários”, disse à agência francesa de notícias AFP Leona Verdadero, especialista em políticas digitais e transformação digital da Unesco.

– A cada dia mais pessoas utilizam modelos de linguagem no trabalho, nos estudos e em casa – afirmou Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, destacando que estas ferramentas “têm o poder de moldar sutilmente as percepções de milhões de pessoas”.

– Mesmo sutis preconceitos de gênero em seu conteúdo podem ampliar significativamente as desigualdades do mundo real – alertou Azoulay.

Para combater estes preconceitos, a Unesco recomenda que as empresas do setor tenham equipes de engenheiros mais diversificadas, especialmente com mais mulheres.

Nas equipes que trabalham com inteligência artificial, a nível mundial, apenas 22% são mulheres, segundo números do Fórum Econômico Mundial, lembra a Unesco.

O órgão da ONU também apela aos governos para que regulamentem o setor de forma mais intensa para implementar uma “inteligência artificial ética”.

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