Houthis condenam homossexuais à morte por crucificação e apedrejamento

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Publicado Quarta, 27 de Março de 2024 às 13:25, por: CdB

Além das penas de morte, os houthis, que controlam parte significativa do país, condenaram 23 homens à prisão e aplicaram penas que vão até os 10 anos. Três deles serão submetidos à flagelação pública.


Por Redação, com Lusa - de Sanaã


Os rebeldes houthis, do Iêmen, condenaram à morte nove pessoas acusadas de sodomia, com penas que incluem crucificação e apedrejamento, denunciou nesta quarta-feira a organização não governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW).




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Grupo rebelde, do Iêmen, controla parte significativa do país

Além das penas de morte, os houthis, que controlam parte significativa do país, condenaram 23 homens à prisão e aplicaram penas que vão até os 10 anos. Três deles serão submetidos à flagelação pública.


Em comunicado, a ONG afirmou que "o grupo deve acabar com o uso da pena de morte e outras formas de punição cruéis e degradantes, bem como proporcionar um julgamento justo aos acusados”.


O investigador da HRW para o Iêmen e o Bahrein, Niku Jafarnia, afirmou na nota que “num desrespeito abominável do Estado de Direito, os houthis proferem sentenças de morte e sujeitam os prisioneiros a maus-tratos públicos sem justificação judicial aparente”.


Jafarnia denunciou que eles usam “essas medidas cruéis” para “distrair a atenção de sua incapacidade de governar e satisfazer as necessidades básicas da população”.


A HRW analisou as acusações e os vídeos utilizados e afirmou que a polícia “não apresentou mandados de prisão, revistou e confiscou ilegalmente os telefones dos detidos”.



Processo penal do Iêmen


A lei de processo penal do Iêmen, nos artigos 132 e 172, proíbe detenções e apreensão de bens sob custódia da polícia sem ordem judicial. O Artigo 181 proíbe interrogatórios sem a presença de um advogado, destacou a organização.


O grupo armado rebelde houthi assumiu o controlo da capital do Iêmen, Sana, em setembro de 2014, provocando a fuga do governo iemenita que é reconhecido pela comunidade internacional.


De acordo com o Monitor Euro-Mediterrâneo dos Direitos Humanos, os tribunais houthis condenaram 350 pessoas à morte na última década e 11 já foram executadas.


– Para encobrir sua brutalidade, os houthis acusam as pessoas de atos imorais, especialmente aqueles que se opõem – ao regime, disse Jafarnia.


Além disso, a ONG documentou violações graves cometidas por governos do Oriente Médio e do Norte da África contra homossexuais, bissexuais e transgênero (LGBT+) ao utilizarem “fotos digitais, conversas e informações semelhantes obtidas de forma ilegal” para condená-los.




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