Guedes quer liberar FGTS para o pagamento de dívidas com bancos

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Publicado Terça, 22 de Fevereiro de 2022 às 13:11, por: CdB

Segundo o ministro da Economia, o empresário Paulo Guedes, a arrecadação federal de janeiro atingiu alta real de 16%. O resultado oficial deve ser divulgado ainda nesta semana. A equipe econômica do governo aposta no crescimento extraordinário da arrecadação de impostos para liberar mais estímulos e impulsionar o avanço da atividade econômica.

Por Redação - de São Paulo
Ministro da Economia, o empresário Paulo Guedes adiantou, nesta terça-feira, as medidas que serão lançadas até o fim de 2022 como estímulo para a tentativa de retomada do crescimento econômico, em meio à pior crise econômico-financeira em mais de um século. Entre elas está o lançamento de um programa de universalização do acesso ao crédito, a redução de 25% do Imposto sobre Produtos Importados (IPI) e a liberação de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
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Ministro da Economia, Paulo Guedes chegou a dizer que houve 'desonestidade intelectual' por parte de economistas
— Podemos mobilizar recursos do FGTS porque são fundos privados de pessoas que têm recursos lá e estão passando dificuldades. Às vezes, a pessoa está devendo dinheiro no banco e é credor no FGTS. Por que ele não pode sacar isso e liquidar a dívida no outro lado, no outro banco? — questionou o ministro, em conversa com jornalistas nesta manhã. Segundo o ministro, a arrecadação federal de janeiro atingiu alta real de 16%. O resultado oficial deve ser divulgado ainda nesta semana. A equipe econômica aposta no crescimento extraordinário da arrecadação de impostos para liberar mais estímulos e impulsionar o avanço da atividade econômica. — Já que arrecadação subiu fortemente, íamos investir numa reforma tributária que empacou no Senado, o Executivo prefere transformar esse ganho de arrecadação, sob forma de redução de impostos, para milhões de brasileiros, para todo mundo. Então vamos reduzir esse IPI e começar o movimento de reindustrialização brasileira — afirmou, durante sua participação na CEO Conference do BTG Pactual, na capital paulista.

Projeções

Guedes afirmou, ainda, que está confiante em um movimento positivo no mercado financeiro e acredita que as instituições passarão este ano revisando para cima suas projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, ao contrário do que ocorreu até agora. Guedes voltou a criticar economistas que previram recessão do Brasil em meio a crise econômica decorrente da pandemia de covid-19. — Eu acho que todo mundo vai passar o ano fazendo revisão para cima devagarzinho: ‘sobe 0,5%. Não, vai ser 1% ou 1,5%. Não, parece que vai ser 2%’. Eles erraram antes e acho que vão errar de novo — desdenhou. Segundo o ministro, além da abertura econômica e do controle de gastos, o crescimento da economia brasileira vai ser impulsionado por investimentos na infraestrutura e pelo compromisso do governo com programas sociais, como o Auxílio Brasil. — No ataque, (teremos) toda uma plataforma de investimentos que vai colocar o Brasil crescendo vários anos, querendo ou não querendo. O Brasil está condenado a crescer. São R$ 800 bi de investimentos em 10 anos, são R$ 80 bi por ano. Como não vai crescer? — presume.

Cenário

Para Guedes, a trajetória de crescimento econômico do Brasil ainda vai se destoar, com “dinâmica própria de crescimento”, do desempenho econômico internacional e das principais economias do mundo. Ele voltou a dizer que a inflação dos Estados Unidos e da Europa será mais persistente que o esperado. — A inflação que chegou lá chegou para ficar. Vamos assistir um agravamento da situação internacional. Não estou falando só da geopolítica mas da economia: crise energética e inflação subindo no maior país do mundo. E vai subir na Europa também. Vão rever o crescimento lá fora para baixo o ano inteiro. Vão rever o crescimento brasileiro para cima o ano inteiro — concluiu.
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