Grupo Wagner treina forças de Belarus próximo à fronteira da Polônia

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Publicado Quinta, 20 de Julho de 2023 às 11:07, por: CdB

O Ministério da Defesa da Polônia disse que as fronteiras do país estão seguras e que o país está pronto para "vários cenários à medida que a situação se desenvolve".


Por Redação, com Reuters - de Minsk

Mercenários do Grupo Wagner começaram a treinar forças especiais bielorrussas a apenas alguns quilômetros da fronteira com a Polônia, membro da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse o Ministério da Defesa de Belarus nesta quinta-feira.

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Mercenários do Grupo Wagner começaram a treinar forças especiais bielorrussas


O chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi mostrado em um vídeo na quarta-feira recepcionado seus combatentes, dizendo-lhes que não participarão mais da guerra na Ucrânia por enquanto, mas ordenando-lhes que direcionem seu foco para a África enquanto treinam o Exército bielorrusso.

"As Forças Armadas de Belarus continuam o treinamento conjunto com os combatentes de Wagner PMC (Companhia Militar Privada)", disse o Ministério da Defesa de Belarus.

"Durante a semana, unidades de forças de operações especiais, juntamente com representantes da Companhia, realizarão tarefas de treinamento de combate no campo militar de Brest."

A distância do campo é de apenas 5 km a leste da fronteira polonesa.

Grupo mercenário


Minsk postou fotos de instrutores de Wagner mascarados, com os rostos cobertos de acordo com as regras do grupo mercenário, treinando soldados bielorrussos com veículos blindados e o que parecem ser controles de drones.

A Polônia, um ex-membro do Pacto de Varsóvia que é membro pleno da aliança militar liderada pelos Estados Unidos desde 1999, começou a mover mais de mil soldados para o leste do país no início deste mês, em meio à crescente preocupação de que os combatentes de Wagner em Belarus possam levar a um aumento da tensão na sua fronteira.

O Ministério da Defesa da Polônia disse nesta quinta-feira que as fronteiras do país estão seguras e que o país está pronto para "vários cenários à medida que a situação se desenvolve".

Questionado sobre a decisão da Polônia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres: "Claro que é motivo de preocupação. A agressividade da Polônia é uma realidade".

Motim fracassado


O motim fracassado do Wagner na Rússia em 23 e 24 de junho foi interpretado pelo Ocidente como um desafio ao governo do presidente russo, Vladimir Putin, que ilustra a fraqueza do chefe do Kremlin de 70 anos e a tensão da guerra da Ucrânia sobre o Estado russo.

A Rússia rejeita essa interpretação e diz que o povo russo se uniu a Putin e aos militares.

Um acordo foi fechado em 24 de junho segundo o qual os mercenários se mudariam para Belarus em troca das acusações contra eles serem retiradas. Putin disse que os combatentes podem partir para Belarus, ficar sob o comando do Ministério da Defesa ou voltar para suas famílias.

O Wagner ajudou a Rússia a anexar a Crimeia em 2014, lutou contra militantes do Estado Islâmico na Síria, operou na República Centro-Africana e no Mali e tomou a cidade ucraniana de Bakhmut para a Rússia mais cedo neste ano, com perdas consideráveis em ambos os lados.

 

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