Grupo islâmico reivindica atentado no Líbano, diz Al-Jazeera

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Publicado Segunda, 14 de Fevereiro de 2005 às 15:07, por: CdB

A emissora de televisão em língua árabe, Al-Jazeera, exibiu nesta segunda-feira um vídeo atribuído a um grupo islâmico autodenominado Vitória e Jihad no Levante assumindo a autoria do atentado que matou o ex-premiê do Líbano, Rafik Hariri, nesta segunda-feira.
Levante é o nome dado à costa oriental do mar Mediterrâneo.

O grupo, desconhecido até agora, disse que assassinou Hariri por causa de seus laços comerciais com o governo da Arábia Saudita e que se tratou de um atentado suicida.
Hariri morreu na explosão de um carro-bomba na capital do país, Beirute.

Além de Hariri, pelo menos outras oito pessoas morreram na explosão, que ocorreu em uma movimentada rua junto da orla marítima.


Imagens do local da explosão mostram uma grande cratera no chão e dezenas de carros e lojas incendiados. Pelo menos 20 outros carros pegaram fogo.

Condenação

O governo dos Estados Unidos condenou o ataque, dizendo que o Líbano deveria poder buscar um futuro político "livre da violência e livre da ocupação síria".

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse que não estava tentando vincular a Síria ao atentado, acrescentando que o governo americano não sabe quem é o responsável pela operação, disse a agência de notícias Reuters.

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, afirmou que o atentado desta segunda-feira é um:

- Ato criminoso terrível.

A ex-metrópole colonial do Líbano, a França, cujo líder, presidente Jacques Chirac, tinha laços próximos com Hariri, pediu uma investigação internacional sobre o atentado.

Foi decretado um período de luto oficial de três dias no Líbano.

No ano passado, a França foi co-autora de uma resolução das Nações Unidas que pedia a retirada das tropas sírias do Líbano.

Segundo a agência de notícias Reuters, Hariri continuou influente politicamente desde a renúncia e juntou-se aos pedidos da oposição para a retirada das tropas sírias do Líbano às vésperas de eleições gerais em maio.

Kuwait, Egito, Jordânia, Autoridade Palestina, Grã-Bretanha e Arábia Saudita condenaram o assassinato desta segunda-feira em Beirute, segundo a Reuters.

Síria

Hariri era considerado um opositor político do atual presidente, Emile Lahoud, tido como um aliado da Síria - país que mantém tropas em território libanês.

A explosão provocou uma coluna de fumaça negra na área perto do Hotel Saint Georges, perto do porto de Beirute. A fachada do hotel teria ficado danificada.

Carros-bomba eram comuns no Líbano até o final da guerra civil, mas se tornaram raros desde então.

Em agosto de 2003, um carro-bomba em Beirute matou um membro do grupo militante islâmico Hezbollah. O grupo e um ministro libanês culparam Israel pelo ocorrido.

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